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"Minhas filhas estouraram a minha bolha", conta Samara Felippo

Atriz conta que nunca se importou com o machismo e o preconceito até se deparar com os questionamentos de suas filhas

Keila Jimenez|Do R7 e Keila Jimenez

Samara Felippo e as filhas Lara e Alícia
Samara Felippo e as filhas Lara e Alícia Samara Felippo e as filhas Lara e Alícia

As melhores coisas da vida às vezes vêm assim, como um tapa na cara.

Um dia, ao ver a filha mais velha chegando em casa, Samara Felippo, 39, levou um susto com um pedido da pequena, na época com sete anos. A atriz é mãe de Alícia, 8, e Lara, 4. O pai das meninas é negro. Trata-se do jogador de basquete Leandro Barbosa, com quem Samara foi casada por anos.

"Mãe, quero alisar o meu cabelo!", disse Alícia.

"Minha filha me pediu para alisar aquele cabelo maravilhoso, todo cacheado que ela tem? Levei um susto, e comecei a pensar sobre isso", conta Samara, que vive a personagem Natália em "Apocalipse", da RecordTV.

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Branca, de cabelos lisos, a atriz que cresceu em frente às câmeras, muitas vezes sendo considerada padrão de beleza para as jovens, como na época de 'Malhação', viu uma porta se abrir em sua mente com o pedido de uma menina.

Samara Felippo é mãe duas meninas com ascendência negra e com cabelos cacheados. Pela primeira vez ela parou para se indagar e resolveu levar para as redes sociais o debate sobre representatividade negra, empoderamento e feminismo... Partiu para o Instagram, Youtube e outras mídias sociais para discutir esses temas. A identificação de mães e crianças foi imediata. O canal "Muito Além de Cachos", de Samara, cresceu rapidinho...

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"Não tinha parado para pensar sobre isso. A falta de representatividade negra e de cabelos afros e quanto isso foi destruído ao longo dos anos...", conta Samara. "O cabelo era o padrão das meninas, nos filmes de princesa todas têm cabelos liso, nos desenhos animados, as bonecas só têm cabelo liso..."

Foi aí que Samara passou a pesquisar e a se preocupar de fato com a autoestima e os questionamentos das filhas que, a princípio, pareciam coisas pequenas, mas são importantíssimos para a formação dos pequenos. Daí vêm a confiança para um dia assumirem um lugar na sociedade sem medo.

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"Entendi que é fundamental a aceitação começar em casa, a autoestima tem de começar em casa", explica ela. "Eu comecei a perceber que as meninas se sentem diminuídas e sofrem preconceito na própria família. E os pais não percebem o que estão fazendo isso", continua.

"Temos de estimular nossos filhos. Não só ressaltar o quanto eles são lindos, mas também como são espertos, criativos... Em uma sociedade tão machista, as meninas são sempre desacreditadas, subjugadas! Eu, como mãe, acho extremamente necessário mudarmos isso, começando dentro de casa!"

Em um relato sincero, Samara conta que 'saiu da bolha' do preconceito com a ajuda das filhas.

"Cresci em um meio muito racista, machista, nunca me questionei para nada, vivia, seguia fluxo, achava tudo engraçado, e não entendia que alimentava essa cultura nociva", conta ela. "As minhas filhas estouraram a bolha em que eu vivia. Eu enxergo hoje questões importantíssimas", conta a atriz, animada com o retorno que recebe de outras mães.

"Recebo mensagens de mães dizendo que estão enxergando coisas que nunca tinham enxergando, mães brancas com filhas negras que não sabiam lidar com questões dessa identidade racial. Esse retorno me deixa muito feliz!"

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