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Anitta número 1 do mundo cala a boca de quem a acusa de "rebolar para fazer sucesso"

Cantora chega à primeira posição global do Spotify e vai aonde nenhum brasileiro jamais esteve

Odair Braz Jr|Do R7

Goste ou não, Anitta tem o hit número 1 do mundo
Goste ou não, Anitta tem o hit número 1 do mundo Goste ou não, Anitta tem o hit número 1 do mundo

E ela chegou ao número 1 do mundo! Olha, o que Anitta fez com a música Envolver não é pouca coisa, não pode ser encarado com desprezo nem desmerecimento. Muita gente tentou isso no passado recente — lembra da carreira internacional de Claudia Leitte? — e deu com os burros n’água bonito. Anitta, não.

Tem um discurso por aí dizendo que Anitta só está conseguindo esse êxito todo porque sua gravadora despeja caminhões de dinheiro em cima da moça. E isso é um fato. Anitta consegue grande exposição em praticamente todas as mídias: rádio, TV, redes sociais, internet, aplicativos e onde mais você imaginar. E isso tudo não é de graça, alguém sempre paga a conta. Esse argumento do “também, com tanto dinheiro assim...” vem acompanhado de um discurso que busca sempre diminuir seu talento. Outro argumento que chega junto com esse é o de que ela “rebola a bunda”, que fica “usando a sensualidade e não a inteligência” para fazer sucesso.

Bem, então vamos por partes: o fato de ter dinheiro envolvido no sucesso de Anitta não é surpresa nenhuma. A gravadora tem mesmo que investir alto para ter retorno alto. Ou você acha que lá nos anos 80, 90, 2000 também não tinha toneladas de dólares rolando para garantir os hits de Michael Jackson, Madonna, Bruce Springsteen, Metallica, Guns N’Roses, Pearl Jam, É o Tchan, Ivete Sangalo etc. e tal (reais, no caso desses últimos)? Acorda, né?! Toda essa gente tinha/tem talento, mas sem grana de gravadora dificilmente chegaria a algum lugar de maior destaque.

Sobre “não ser inteligente” e “rebolar”: esse é um discurso careta e ultrapassado. Anitta usa o corpo como tantos outros artistas admirados também fazem e praticamente ninguém se incomoda. A questão com Anitta é que ela faz isso tudo com absoluta consciência, sabendo o que tem de fazer para chegar aonde chegou. Talvez essa "consciência" seja o que mais irrita os detratores da moça.

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O que Anitta tem é talento. Pode ter certeza absoluta que se ela não tivesse um mínimo de talento, mesmo com um grande investimento, não teria conseguido todo esse êxito. Há um monte de casos no passado recente com muitas apostas de gravadora que não deram em nada ou que duraram pouquíssimo tempo. Há quantos anos Anitta está por aí mesmo? Vários, certo?!

BATENDO NA MESMA TECLA

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Por tudo isso, Anitta é a artista de que o Brasil precisava. Esse sucesso com Envolver não é à toa nem circunstancial. A cantora vem perseguindo esse tipo de som já há uns anos. Desde quando começou a buscar esse projeto de carreira internacional ela brinca com o ritmo, fez parcerias com cantores e produtores do gênero e integrou o som à sua música. Ela introjetou o reggaeton em suas composições e fez com que parecesse algo orgânico. Outros artistas brasileiros tentaram ir pelo mesmo caminho, mas a coisa ficou artificial e não funcionou.

Anitta, com sua obstinação, conseguiu chegar aonde muito poucos artistas brasileiros chegaram lá fora. Dá para contar nos dedos de uma mão, talvez. “Ah, mas ela não está cantando em português”, poderá dizer alguém. Sim, e daí? Onde está a lei dizendo que ela tem de cantar em português para fazer sucesso lá fora? Shakira tem vários hits em inglês e nem por isso deixa de ser uma artista colombiana.

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É importante notar ainda que Anitta fez sucesso — com muito apoio de sua gravadora, claro — do jeito que acreditava que tinha de ser. Traçou sua estratégia, abraçou o som que julgou ser importante, bateu várias vezes na mesma tecla, se descolou do rótulo de "funkeira" e até se afastou um pouco de seu público brasileiro. Mas foi isso: ela armou uma estratégia de muito trabalho e de criação musical para atingir um objetivo. Tem dezenas de produtores envolvidos e apoio pesado da gravadora, mas a estratégia é muito pensada pela própria cantora.

É provável que Anitta tenha chegado até mais longe do que havia imaginado originalmente. É bem provável que não tenha pensado que pudesse atingir o número 1 global no Spotify (de novo: não é pouca coisa). É também possível que não acreditasse que teria a relevância — até política — que tem hoje com seu poder nas redes sociais. Ela, de fato, foi aonde nenhum homem/mulher jamais esteve, para citar um bordão de Star Trek.

E o Brasil precisava mesmo de uma Anitta em seu currículo. Goste ou não, é impossível deixar de notá-la.

Assista ao clipe de "Envolver":

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