Ellen Rocche não é mais a rainha de bateria da escola de samba Rosas de Ouro. Após 12 anos no cargo, a agremiação informou que, em comum acordo, foi decidido pelo afastamento dela da função, em razão da agenda da loira.
A atriz de 40 anos está há 20 na escola. Atualmente, está no ar na novela Éramos Seis, e a rotina de gravações seria o motivo da incompatibilidade que culminou na mudança de coroa. Estuda-se ainda a possibilidade de se encontrar uma outra posição para a estrela no desfile, o que ainda não está confirmado.
Ellen Rocche, atrás apenas de Viviane Araújo, era dona de um dos reinados mais duradouros da atualidade no Carnaval de São Paulo. Além disso, era também uma das personalidades mais aguardadas da avenida. Sem contar que sempre se manteve fiel à agremiação, fato não comum na relação entre famosas e escolas de samba.
Mas havia algo nos últimos desfiles de Ellen Rocche que me incomodava: a cobrança em cima dela por um determinado padrão de corpo, por fantasias mais ousadas, etc. Não que o fato de a atriz ter chegado aos 40 anos a descredencie para ser rainha de bateria. Mas, talvez em razão da visibilidade do cargo e da comparação com pessoas que resumem a vida a sambar na frente de ritmistas, a atriz frequentemente era vítima de comentários pejorativos.
A trajetória de Ellen Rocche no Carnaval de São Paulo não é digna dessa patrulha crítica. A atriz sempre levantou a arquibancada e construiu uma história bonita com o pavilhão azul e rosa. Por isso mesmo, é preciso saber a hora de parar. Não de abandonar a avenida, mas sair do olho do furacão. Ser destaque de chão, de alegoria, o que ela quiser. Ela pode. Vai continuar fazendo bonito.
Rainha de bateria é a coisa mais importante entre as não importantes de um desfile. Não adianta. É um cargo visado, disputado, invejado e outras coisas mais. Por isso mesmo, nem sempre continuar nele é a melhor opção.
Substituição
A nova rainha de bateria da Rosas de Ouro será a jornalista Ana Beatriz Godói, de 35 anos. A coroação oficial será neste sábado (19), na quadra da escola, na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo. Em 2019, ela desfilou como madrinha da Unidos de Vila Maria.
A saída de Ellen Rocche não será a única baixa importante nas cortes das baterias. Camila Silva, que fez história à frente dos ritmistas da Pegada de Macaco, da Vai-Vai, também se desligou da escola do Bixiga. Ela ficou no posto por 11 anos. O nome da substituta ainda não foi confirmado pela agremiação.