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"Guarda pro Carnaval", orienta especialista sobre fantasia polêmica

Funcionário foi demitido de empresa após confraternização de fim de ano

|Camila Juliotti, do R7

Funcionário fez fotos com os demais colegas
Funcionário fez fotos com os demais colegas Funcionário fez fotos com os demais colegas

Uma festa de fim de ano à fantasia da multinacional Salesforce, com sede nos EUA e filial no Brasil, está dando o que falar nas redes sociais. O motivo foi o figurino escolhido por um dos funcionários, que apareceu vestido como o "Negão do WhatsApp" — uma imagem de um homem com o pênis de fora que viralizou no aplicativo de mensagens.

Durante o evento, tudo foi encarado como brincadeira, mas na matriz americana, a fantasia foi considerada ofensiva pelos diretores e, como punição, o funcionário foi demitido, assim como o presidente da Salesforce no Brasil, Mauricio Prado.

A fantasia foi longe demais para uma confraternização de trabalho? O consultor de imagem e etiqueta Fábio Arruda afirma que sim. Para ele, o comportamento do colaborador foi "completamente inadequado".

— É importante a pessoa se lembrar que qualquer festa, comemoração ou viagem corporativa é uma extensão do ambiente profissional. Nada justifica você tomar uma atitude deliberada porque você está numa extensão do ambiente de trabalho. Viva a liberdade de expressão, cada um faz o que tem vontade, mas empresas têm normas, você é um contratado.

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Sugestão de traje

Os limites para cada confraternização dependem, entre outras coisas do perfil da companhia, se é um ambiente mais conservador ou liberal. É importante observar caso a caso. Vanessa Barone, consultora de imagem e autora do livro Descomplique! — Um guia de convivência e elegância, avalia que para evitar constrangimento, a multinacional poderia ter passado orientações para os funcionários antes do evento.

— Acho que é sempre importante a empresa se posicionar sobre essa questão, ter uma posição bem clara sobre que tipo de fantasia é apropriada, que tipo não é, falar sobre qualquer coisa que remeta uma postura mais sensualizada. É sempre um risco, porque você não tem como controlar a maneira como todo mundo pensa. Cada um tem uma visão, cada um acha uma coisa... a empresa deveria tomar cuidado antecipadamente, colocar um pouco as pessoas a par disso.

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Apesar da ressalva, ela destaca que é fundamental evitar exageros. E, mesmo que for entrar na brincadeira, tentar adotar uma postura mais séria.

— Um conselho que dou pra todo mundo é que numa festa de empresa, a gente está sempre mais na empresa do que numa festa. Apesar de ser uma festa, é a firma e eu vou brincar em outro lugar, outro momento. Todo cuidado é pouco, é sempre bom pecar pela discrição, pensar duas vezes: "É assim que eu quero que os meus funcionários, meus chefes, meus pares me vejam?". Normalmente, se você parar pra pensar sobre isso, vai conseguir encontrar um traje que seja melhor e mais de acordo.

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Mas não é só o perfil corporativo que deve ser observado. Segundo os especialistas, é preciso cuidado para não ser agressivo aos demais participantes do evento.

No caso em questão, Fábio reforça que a escolha pela fantasia não só prejudica a imagem do funcionário, como pode também ofender demais colegas.

— Em tempos de assédio, toda e qualquer incitação à sexualidade é muito sério. As colegas de trabalho poderiam se sentir ofendidas, assediadas. Se um olhar um pouco diferente dentro do ambiente de trabalho pode trazer problemas, imagina isso. A conotação sexual é muito séria. Isso vai totalmente contra a uma campanha tão grande para diminuir a sexualidade agressiva, forçada.

Para Vanessa Barone, é difícil avaliar se a decisão da empresa em demitir o funcionário foi exagerada, mas ela concorda que o figurino escolhido foi de "mau gosto".

— Eu não conheço a empresa, não sei o tipo de histórico que tem, não sei se ele era um bom funcionário, se merecia apenas uma conversa, acho que aí entra em outras questões. Mas aquele traje não estava de acodo com uma festa de empresa, isso sem dúvida nenhuma. Agora, não sei se é motivo pra demissão. O que eu vejo é uma coisa que pode acontecer. Então, o conselho é: não faça. Pra que correr o risco? Guarda isso pro Carnaval, pra outro momento. 

O que diz a empresa

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Salesforce informou que não comenta sobre a demissão dos funcionários. 

— A Salesforce confirma que Mauricio Prado deixou a Salesforce para buscar novas oportunidades. A companhia agradece pela contribuição para a Salesforce e deseja sucesso em seus projetos futuros. A Salesforce não comenta sobre as razões de seus funcionários deixarem a empresa.

Em contato com o R7, Mauricio Prado disse ainda estar "se recuperando do impacto da notícia da vida dele" e prefere não se manifestar no momento. Pelas redes sociais, ele recebeu apoio dos ex-colegas de trabalho, que elogiaram sua conduta profissional e desejaram sorte.

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