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Carnaval 2020
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Alceu dá show no Ibirapuera: 'Estou quebrando conceitos idiotas'

Cantor pernambucano valorizou a cultura brasileira, exaltou o forró e cantou hinos de sua carreira em São Paulo, neste sábado (15)

Carnaval 2020|Pietro Pelissari, especial para o R7


Alceu Valença agita o Ibirapuera com o Bicho Maluco Beleza
Alceu Valença agita o Ibirapuera com o Bicho Maluco Beleza

O paulistano se acostumou a contar com a presença de Alceu Valença em seu carnaval. Há seis anos o artista pernambucano se apresenta na cidade e diz sentir-se orgulhoso de ter ajudado no crescimento da festa. Neste sábado, dia de mais um Bicho Maluco Beleza, seu bloco, o cantor lembrou do começo das celebrações nas ruas de São Paulo.

— Quando cheguei aqui nesse bloco as pessoas não tinham o habito de ir para a rua. No primeiro ano tinha pouca gente, no segundo mil vezes mais, no terceiro, no quarto e no quinto a gente teve que sair dos Jardins, onde acontecia o bloco no começo, para lugares maiores, até terminar aqui no Ibirapuera, muita gente, um sucesso total. Gosto de ter participado do surgimento do Carnaval de São Paulo.

Alceu cantou as músicas mais famosas de seu repertório, como Morena Tropicana, La Belle de Jour e Anunciação. Teve forró, frevo e MPB, emocionando os foliões, que sempre demonstram muito carinho. Apesar de já ter afirmado que dificilmente se apresentaria em outro lugar que não fosse em Pernambuco, o artista deixou o paulistano sonhar, futuramente, com um desfile em São Paulo durante os quatro dias oficiais do Carnaval.

— Pode (sonhar), mesmo porque eu vou para o carnaval de Pernambuco, vou para o Carnaval do Rio Grande do Norte, vou para o carnaval da Paraíba, Olinda, Recife, vou para o interior que eu gosto. Gostava muito do Carnaval de Olinda porque ficava em minha casa, cantava para a multidão que passa embaixo, o que aconteceu foi que ficou tão grande, com o tal do celular, que eu não posso sair de casa. Eu saio de casa, em Olinda, e fico hospedado em hotel, porque no outro dia tenho que dormir, e o Carnaval de Olinda e Recife é totalmente bombado.

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Um dos ícones da música, o cantor também ressaltou a importância da cultura brasileira para a economia e afirmou que, com ajuda da internet, os nossos artistas estão sendo valorizados tanto internamente quando no restante do mundo, onde está sendo constantemente convidado para participar de festivais. 

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— Antigamente, diziam que o frevo era coisa de velho. Diziam que o maracatu era coisa de velho. Que a música brasileira era coisa de velho. Estou destruindo totalmente esse conceito idiota e imbecil. A internet foi fundamental nisso. Se você for procurar La Belle de Jour, Girassol, têm mais de 82 milhões de visualizações. Recentemente fui para os Estados Unidos e também o Canadá, mas agora já veio o pessoal da Inglaterra lá em casa... Acontece que o forró tomou conta. Teve até um jornal da Ucrania falando de disco meu, de forró, que ganhou prêmios. A internet expande tudo, e isso para a música brasileira foi uma coisa maravilhosa, mesmo porque estávamos obrigados, e claro que é bom também, mas estávamos obrigados a ouvir a anglofonia. Eu sou mais a lusofonia, eu sou mais hibérico, eu sou mais brasileiro, e respeito todos os povos, mas minha cultura vem muito mais daí.

Por fim, Alceu Valença analisou a importância da valorização dos ritmos e festividades para a econimia do Brasil. O artista usou São Paulo como exemplo de crescimento.

— Viva o frevo, viva o maracatu, viva o xote, viva o baião, viva o chorinho, viva o samba, viva o carnaval, São João, as festas juninas, viva o Brasil. E quando o Brasil descobrir que a cultura é o que promove o turismo, e São Paulo está usando agora, está trazendo para cá, para poder entrar em uma coisa chamada economia criativa. O cara que vem para cá, ele vai no mínimo dormir, porque tem que dormir em algum canto, e tem que comer, e ele vai comer ou em restaurante, ou um cachorro-quente na rua, e dessa maneira a cultura também é economia, é mais um conceito derrubado. Antigamente diziam que artistas eram malandros. Malandro coisa nenhuma. Artista promove cultura de país e cidade. E tenho orgulho de saber que contribuí também para a economia.

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