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Alanis Morissette faz show arrebatador com seus hinos rebeldes que atravessam gerações

Um grande número de mulheres foi ao estádio do Palmeiras conferir a apresentação da cantora canadense

Odair Braz Jr|Do R7


Alanis e sua banda durante show no estádio do Palmeiras, em São Paulo, nesta terça (14)
Alanis e sua banda durante show no estádio do Palmeiras, em São Paulo, nesta terça (14)

Em meio a tantos shows em sequência de vários artistas em São Paulo neste fim de ano, havia uma pérola escondidinha que era justamente Alanis Morissette, numa apresentação única no Brasil. E se deu bem quem escolheu ver a apresentação da cantora canadense que tomou a mídia para si em 1996, quando lançou o clássico álbum Jagged Little Pill e se transformou imediatamente numa megastar do rock. Emoção, muita guitarra, músicas que são hinos e uma artista inspiradíssima deram o tom da noite.

E tudo deu uma conspirada para o show ser ótimo. Havia um ventinho refrescante no estádio do Palmeiras, zona oeste de São Paulo, e uma garoa intermitente que ajudou a espantar o calorão. A escolha de Pitty para fazer o show de abertura foi um grande acerto, porque a baiana tem uma clara influência de Alanis no som e nos temas. Pitty não deu mole e fez todo mundo cantar junto seus vários hits. Aliás, havia milhares de mulheres — algumas bem jovens, inclusive — que dominavam as dependências do estádio.

O show de Alanis começou por volta das 21h10, com a apresentação de um vídeo com vários momentos da artista ao longo dos anos, desde quando era uma atriz infantil na TV de seu país, passando por sua fase de cantora ultrapop, chegando ao sucesso cheio de rebeldia nos anos 90 e até imagens recentes da mãe de três crianças. Tudo bem emocionante.

A festa começou com All I Really Want, do disco Jagged Little Pill, que é o grande motivo desta turnê. A cantora celebra os 25 anos deste seu mais famoso e importante trabalho, que a colocou para sempre na história da música pop. A efeméride se completou em 2021, mas os shows tiveram de ser adiados devido à pandemia. A primeira canção da noite mostra o que viria pela frente: Alanis cantando muito (e tocando gaita, violão e guitarra), cheia de energia do alto de seus 49 anos, fazendo seus passos meio espasmódicos, batendo cabelo, provocando catarse coletiva e acompanhada por uma banda bem potente. Não precisa nem dizer que os fãs cantaram junto com a artista do primeiro ao último verso, né?

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Veio Hand in My Pocket, outro clássico de Alanis e a segunda de JLP, que foi tocado na íntegra. Mais uma em que o público cantou junto com a canadense, que se deu ao luxo de deixar alguns momentos apenas nas vozes das pessoas. Vieram outras do álbum famoso, como You Learn, Forgiven e Mary Jane. Ninguém conseguia parar de cantar. Alanis não deixou pedra sobre pedra com uma voz afinadíssima e que passa sentimentos diversos em cada frase. E sempre andando para lá e para cá no palco, olhando no rosto das pessoas que estavam próximas à grade, sorrindo. Feliz por estar ali.

Vieram canções de outros discos, como Numb (de Havoc and Bright Lights) e Reasons I Drink (de Such Pretty Forks in the Road, seu álbum mais recente, de 2020).

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Alanis no início de sua apresentação única no Brasil
Alanis no início de sua apresentação única no Brasil

Em Head Over Feet, mais uma faixa icônica de JLP, Alanis surge tocando violão. Em Ablaze, a cantora emociona com esta música que fala sobre seus filhos, sua família. Na sequência vem a sensacional e delicada Perfect, que também trata da relação entre pais e filhos, mas de uma perspectiva mais complicada.

Outro momento para chorar apareceu em Ironic, uma das mais belas faixas de JLP. Durante a música, a cantora faz uma linda homenagem a Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, que morreu em 2022. O vídeo mostra vários momentos de Hawkins na época em que tocava na banda da canadense, nos anos 1990, antes de entrar para o grupo de Dave Grohl. Teste para cardíaco!

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A primeira parte do show termina com o megahit You Oughta Know. O bis vem com Your House, a emocionante Uninvited e a tocante Thank U, que arrancou lágrimas de muita gente. Quando a apresentação chegou a fim, já com as luzes do estádio acesas, dava para ver muita gente com os olhos vermelhos.

Alanis entregou um show sem firulas, com pouca produção, direto ao ponto e ancorado em canções que resistem ao tempo, longe de qualquer tipo de modinha. É torcer para que cantoras brasileiras que se comparam a Rita Lee tenham visto a canadense em ação por aqui. Ela mostrou como é que se faz, sem nunca se render ao ritmo do momento ou musiquinhas para o TikTok.

Vai continuar por aí ainda durante décadas. E, tomara, vindo se apresentar no Brasil mais vezes.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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