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Será que alguém vai dizer que 'Duna: Parte 2', um dos melhores filmes do ano, é longo demais?

Ficção científica já está nos cinemas e dá continuidade ao longa de 2021 que foi grande sucesso de bilheteria

Odair Braz Jr|Do R7 e Odair Braz Jr


Timothée Chalamet é Paul Atreides, o protagonista de Duna: Parte 2
Timothée Chalamet é Paul Atreides, o protagonista de Duna: Parte 2 Divulgação/Warner

Duna: Parte 2 é um espetáculo cinematográfico sob qualquer aspecto que se analise. E fica ainda melhor se for visto na maior tela possível, porque é de um apuro visual inacreditável, daquele tipo que enche os olhos, assim como também já acontecia com o primeiro filme, lançado em 2021.

O longa do diretor Denis Villeneuve era uma das estreias de 2024 mais aguardadas por muita gente e, agora que já está nos cinemas, corresponde a todas as expectativas. Villeneuve dá continuidade à história exatamente do ponto onde parou o longa anterior e acompanhamos assim a trajetória de Paul Atreides, que teve parte de sua família e coligados exterminados após uma traição.

O que chama a atenção já de cara nesta parte 2 é o ritmo. Muita gente reclamou — vai entender os motivos — que o longa de 2021 era muito lento, com poucas coisas acontecendo em suas 2h35 de duração. Bobagem total. Mas quem se incomodou com a suposta falta de ação de Duna, vai ficar contente com a sequência. Duna 2 tem muita ação, muitas cenas de batalhas, lutas corpo a corpo e a presença dos vermes que atravessam o deserto.

Consequentemente também vemos muito mais o ator Timothée Chalamet, que vive Paul Atreides, na tela, assim como Zendaya, que interpreta Chani. Há um aprofundamento forte na personalidade de Paul, que passa por uma transformação grande no meio do deserto, uma vez que ganha enormes responsabilidades após a morte de seu pai.

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E Chalamet, um dos destaques da nova geração de atores de Hollywood, consegue dar conta do recado. A gente nota bem as mudanças e conflitos internos de seu personagem, o que é vital para a história. Chani acompanha este processo do rapaz e funciona como um contraponto, deixando claro que há ali algumas grandes diferenças culturais, raciais e sociais.

Paul e Chani (Zendaya) em cena de Duna: Parte 2
Paul e Chani (Zendaya) em cena de Duna: Parte 2 Divulgação/Warner

Aliás, transformação parece ser a palavra de ordem em Duna 2. Ela acontece com os mais variados personagens como Paul, passando por Chani e chegando a Jessica (Rebecca Ferguson), Gurney Halleck (Josh Brolin), Rabban (Dave Bautista), entre outros.

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Além das ótimas cenas de ação, esta continuação mantém o apuro visual e cada sequência é desenhada de maneira a maravilhar o público. É difícil não achar incríveis os vermes se movimentando no deserto, as explosões gigantescas de máquinas de colheita e o próprio deserto gera imagens fantásticas. Os figurinos também são extremamente bem-feitos, com trajes e vestimentas que impressionam.

Alguns novos personagens surgem, com destaque especial para Austin Butler como o assustador Feyd-Rautha. Javier Barden no papel de Stilgar também é interessante e provoca até algumas risadas.

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Tudo isso é feito em 2h46 de projeção. Uma duração que hoje é considerada excessiva por muita gente que acha este um tempo muito longo atualmente para um filme. Uns meses atrás, num desses podcasts de cinema, alguns críticos que já estiveram em sites famosos reclamaram das 3h26 de Assassino da Lua das Flores, de Martin Scorsese. Uns disseram que o diretor deveria ter feito uma série para a TV ou ser mais conciso. Veja bem, a pessoa está falando isso sobre Scorsese. Apenas.

Dia destes, num outro podcast de um site que diz que adora cinema, os participantes defenderam que o primeiro Duna, com 2h35, foi longo demais e que não havia nenhuma necessidade para isso. Seguindo o raciocínio destas pessoas, Madame Teia deve ser um ótimo filme, já que dura apenas 1h54.

Paul caminha pelo deserto no novo filme da saga
Paul caminha pelo deserto no novo filme da saga Divulgação/Warner Bros. Pictures

É meio inconcebível esta reclamação sobre a “duração execessiva” de filmes. Afinal, não é o tanto de horas que define se um longa é bom ou não. O primeiro Duna, por exemplo, é não menos do que sensacional. O diretor usa vários minutos para criar cenas impactantes, belíssimas e que têm grande impacto junto aos espectadores. Sem dizer que é cinema puro, do mais alto nível.

O mesmo vale para Duna 2. Embora tenha muito mais ação, vão surgir pessoas que dizem gostar de cinema reclamando das 2h46 de duração, onze minutos a mais que o anterior. “Poderia ter cortado isso aqui”, “poderia ter cortado aquela sequência” ou “aquele diálogo”, vão falar ou já estão falando.

O pior de tudo é ver estes comentários feitos por gente que teoricamente gosta de cinema e de filmes.

Para estas, recomendo ver cenas de Duna 2 em cortes no TikTok. Passa rapidinho.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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