Revelada em favela, modelo retribui com ação social em periferia do RJ
Ana Patrocínio é destaque na moda nacional e, por meio de instituto, leva acesso à cultura e ao esporte para comunidades
Virtz|Do R7
![Ana Patrocínio, de 25 anos, é destaque na moda nacional](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/RXQDS2IQ3JJWTBOOKPBCMC5BXM.jpg?auth=84e8442fde515df695c2f4f8ec78ba5c914a27af258a0b75e3d5c5b76c9900af&width=952&height=658)
Nascida na capital paulista e moradora de Vaz Lobo, bairro na Zona Norte do Rio de Janeiro, desde os 19 anos, Ana Patrocínio hoje celebra o posto de destaque na moda nacional. "Mudei para o Rio de Janeiro para cursar produção cultural, em 2015. Buscava independência financeira, até que adentrei, quase que por acaso, o mundo da moda. Amigos me incentivavam e algumas propostas surgiam, mas eu tinha outro foco naquele momento", afirma a jovem, de 25 anos.
Antes de conhecer as passarelas, ela foi estagiária na área cultural da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e recepcionista em um consultório médico. Como produtora cultural, sempre foi engajada na celebração da cultura afro.
Carreira de modelo
Mas os rumos de sua carreira começaram a mudar quando Ana participou do projeto Coolhunter Favela - no bairro de Realengo, Zona Oeste do Rio -, um laboratório de pesquisa etnográfica que busca identificar e decodificar tendências e movimentos populares brasileiros.
A iniciativa deu à jovem visibilidade para assinar seu primeiro contrato como modelo, na ocasião com uma agência da comunidade do Jacarezinho, que buscava por novos talentos.
Recentemente, Ana tornou-se aposta da agência Mix Models, de Pedro Bellver e Wellington Vieira, e já estrelou trabalhos para marcas como Levi's, Lenny Niemeyer, Animale, Naturae Fila, entre diversas outras, além de editoriais em publicações como Vogue Brasil e Portugal. Agora, ela é aposta internacional e terá compromissos de trabalho nos Estados Unidos e na Alemanha,para onde deve embarcar após a estabilização da pandemia.
A modelo reconhece que todo esse sucesso foi possível graças ao seu começo nas favelas do Rio de Janeiro e busca retribuir essa possibilidade de mudança de vida que encontrou nas comunidades.
Ações sociais nas favelas
Por meio da participação no instituto Aluandê/Roda Big Field Angola, que atua desde 2017 em favelas da Zona Oeste da cidade, Ana produz ações de acesso à cultura, ao esporte e às necessidades básicas para pessoas em vulnerabilidade social.
As atividades incluem rodas de capoeira, bibliotecas itinerantes, contação de histórias para crianças, realização de bate-papos informativos, além de distribuição de agasalhos e materiais de higiene e cestas básicas.“Para mim, é muito importante retribuir e semear a cultura afro em suas diversas áreas. A cultura salva vidas”, afirma.