Dá para alisar os cabelos sem o perigo das progressivas
Desconfie do profissional que diz que usa o formol ‘permitido’. A quantidade liberada pela Anvisa não é capaz de alisar os fios
Beleza|Marília Aguena, do R7
![Procure produtos com guanidina, ácido glioxílico ou carbocisteína](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/OU5MH5TFQBP5VBMP4MKUD7DTHQ.jpg?auth=413c4e1fb10b53b9294c2c413f675ac15297cf33a17f2f2329194448b59ddc63&width=460&height=305)
A procura por produtos naturais ou menos agressivos ao cabelo tem sido cada vez maior. Ao mesmo tempo que assumir os cachos voltou à moda, ainda tem quem queira manter as madeixas lisas. No último fim de semana, uma mulher morreu após fazer escova progressiva em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo.
O método que é prático e deixa o cabelo com um superbrilho tem assustado cada vez mais, mas como substituir? O que devo saber antes de passar pelo procedimento?
A regra mais importante é: desconfie dos salões que dizem que usam a quantidade permitida de formol. A Anvisa não registra alisantes capilares que tenham como base o composto químico em sua fórmula. Mesmo se for em quantidades pequenas, não vai ser capaz de alisar.
O uso do formol pode provocar irritação na pele, queimaduras, irritação nos olhos e, se inalado, pode causar câncer no aparelho respiratório, dor de garganta, irritação no nariz, tosse e graves ferimentos nas vias respiratórias. O produto é considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde.
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Paulo Schettini, do salão Square by Romeu Felipe, utiliza procedimentos parecidos com a escova progressiva, mas regulamentados.
— Sempre indico o alinhamento de fios ou botox. O primeiro dura um pouco mais, o botox de 30 a 45 dias. O formol, apesar de dar um bom resultado, não deveria estar nos salões. Inclusive os estabelecimentos estão proibidos de usar, então utilizamos produtos equivalentes.
![Procure apenas produtos certificados pela Anvisa](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/Q3D3VQTKHROPJLJM6UVZGECWPI.jpg?auth=495523d83a2a46c96f7b4bacd67631866de90de031a7ac2ce4c1692a27506d85&width=1000&height=786)
Rafael Dios, do Spa Dios, indica também um tratamento que tem efeito similar à progressiva, inclusive na durabilidade.
— A carbocisteína é um princípio ativo que usamos e não possui formol, nosso procedimento que utiliza esse ativo é o Apple. Ele alisa e tem duração de aproximadamente de dois a três meses.
Segundo a tricologista Ana Carina Junqueira Bertin, é importante utilizar apenas produtos certificados pela Anvisa. Todo frasco tem número de registro, basta procurar no site. Os permitidos terão no máximo 0,2% de formol.
— Não adianta procurar no rótulo se tem ou não formol, porque a substância tem muitos nomes diferentes, e em contato com calor da chapinha se transforma em formol e são evaporados, mas a vigilância sanitária tem o controle sobre eles também.
Ela ressalta que na maioria dos casos, os produtos que estão nos salões são adequados, no entanto, são “batizados” com um pouco de formol para potencializar a ação.
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A tricologista explica que há produtos no mercado que dão o mesmo resultado e são inofensivos.
— Prefira os que têm guanidina, ácido glioxílico, tioglicolato de amônia, ácido láctico e hialurônico. Hoje temos progressivas com essas bases, que alisam e são capazes de controlar o volume, sem exposição ao risco.
A especialista dá dicas para quem quer retirar o produto dos cabelos.
— Sugiro aos meus pacientes que façam lavagens com mais frequência para remover o formol mais rápido possível, pois quanto mais tempo ele fica, mais dano ele vai gerar. Então a remoção rápida é o melhor: utilize shampoo anti-resíduo e lavagem diária.