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'Ele estava de pijama rasgado e derrubou o drinque em mim': mulheres falam de encontros ruins

Duas jovens contam experiências decepcionantes que tiveram com homens com quem elas já conversavam virtualmente

Viva a Vida|Brenda Marques, do R7

Mulheres relembram experiências de encontros ruins que tiveram com crushes virtuais
Mulheres relembram experiências de encontros ruins que tiveram com crushes virtuais Mulheres relembram experiências de encontros ruins que tiveram com crushes virtuais

Quem nunca teve um encontro ruim não viveu plenamente a solteirice — afinal, experiências boas e ruins fazem parte da vida. O R7 conversou com duas mulheres que começaram a se envolver com seus crushes virtualmente e, por trás da tela, acreditavam estar conversando com o boy dos sonhos — mas, no encontro presencial, a realidade veio à tona, e a ilusão se desfez. Um pouco como o Golpista do Tinder, sucesso da Netflix, em que o crush é completamente diferente daquilo que pinta para as garotas.

Ótimo amigo, mas péssimo crush

Samantha Rezende, de 27 anos, conheceu Mateus*, de 28, em janeiro de 2020, por meio de uma amiga que eles têm em comum e que descreveu os dois como "perfeitos um para o outro". "O erro já estava aí", analisa a jovem, depois de tudo o que aconteceu.

Mas, na época, a dupla começou a conversar pelo Instagram e o bate-papo fluiu muito naturalmente, com a descoberta de vários gostos em comum. Então, a amiga parecia estar certa, e foram três meses de interações diárias.

"A gente falava de filme, de música. Ele era muito engraçado, me mandava meme e me prometia mundos e fundos. Disse que nosso encontro ia ser romântico, que ia cozinhar para mim. Eu ficava imaginando uma pipoquinha com seriado", conta Samantha.

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O primeiro encontro aconteceu em abril de 2020, quando o mundo já estava em meio à pandemia de Covid-19. Por isso, eles resolveram que seria na casa dele, e Mateus garantiu que estaria sozinho. Equipada com álcool em gel, Samantha pegou um carro de aplicativo para ir do apartamento dela, no bairro de Santana, na zona norte de São Paulo, até a rua Oscar Freire, na zona oOeste da cidade.

O primeiro impacto já veio quando ele não foi recebê-la na portaria do apartamento. Ela subiu de elevador e, quando ele abriu a porta, o contraste entre os dois ficou evidente: "Ele estava de pijama rasgado, chinelo e meia. Nem se arrumou para mim", lamenta a jovem. "E eu de saia, meia-calça, bota, perfume e maquiagem, incluindo rímel, que raramente uso", compara.

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Samantha ainda deu uma segunda chance para o crush
Samantha ainda deu uma segunda chance para o crush Samantha ainda deu uma segunda chance para o crush

Para completar, Mateus já estava acompanhado. "Mas o pior foi que ele estava bêbado. Na hora que entrei no apê, estavam dois amigos dele. Ele disse que acabaram aparecendo de última hora e não conseguiu dispensar", recorda.

Ela, por sua vez, ficou sem reação. "Mas eu estava apaixonada pelo cara do Instagram, que era igual um relacionamento fake", afirma. 

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Envolvida pelo crush da internet e pelo encontro presencial que ela havia idealizado, Samantha resolveu insistir. Mas, logo nos primeiros minutos, um pequeno acidente destruiu suas expectativas. "Mal sentamos e ele derrubou um copo de drinque no meu colo. Eu fiquei muito brava, mas eles estavam bêbados, então acharam engraçado", relata.

Mateus apenas deu uma toalha para Samantha se secar e o evento seguiu como se nada tivesse acontecido. Ele e os amigos, embriagados, fazendo piadas internas. Ela, sóbria e nervosa, cheirando a laranja, que era o sabor da bebida. "Eu pensei 'bom, uma hora esses caras vão embora e a gente vai poder conversar'", lembra.

Mas a partida dos intrusos demorou muito mais do que a jovem imaginava. "Eles chegaram 9 horas da noite e foram embora às 2 da madrugada."

Filnalmente a sós — para a quase alegria de Samantha —, os dois foram para o quarto. A expectativa era ver um filme. Porém, Mateus virou para o lado e dormiu. "Ele roncava muito alto", recorda.

Já eram três horas da manhã, então, ela resolveu ficar ali. Não conseguiu pregar os olhos. "Quando deu sete da manhã, inventei que outra amiga que mora comigo tinha mandado mensagem porque brigou com o namorado e fui embora", conclui.

Depois dessa desilusão, Samantha foi para Guaxupé, cidade no interior de Minas Gerais, para rever a família. Ficou lá por seis meses — e, durante todo esse tempo, seguiu conversando com Mateus. "Continuamos amigos porque ele era muito gente boa, e em outubro tentamos de novo", revela.

O segundo encontro tinha um bom motivo: Mateus estava em um novo apartamento, onde morava com um amigo. 

"Chegando lá, fui socializar um pouco, mas achei que depois ficaríamos sozinhos. Só que o amigo dele não saía e não parava de falar", conta. A conversa era sobre filmes, mas, em um determinado momento, o companheiro de apartamento de Mateus começou a fazer um discurso preconceituoso.

"Eu contestei, aí o cara começou a gritar comigo. No fim, a namorada do cara levou ele para o quarto dele e a gente foi para o quarto do Mateus", lembra.

O ex-crush pediu desculpas, mas já não havia clima entre ele e Samantha. No quarto ao lado, o casal discutia e a briga culminou no término do namoro — a pedido da moça.

Apesar de duas tentativas frustradas de encontro romântico, Samantha e Mateus continuam tendo contato frequente um com o outro. Mas agora, ela colocou ele totalmente na friendzone (zona de amizade, em inglês). Ele até foi conhecer o apartamento novo que ela divide com amigas — e se deu bem com elas.

"Depois, passado um tempo, ele contou que ficou muito nervoso [no primeiro encontro], bebeu para se soltar e perdeu o controle. Segundo a nossa amiga em comum, ele gosta de mim até hoje. Mas não dá pra ser mais que amigo. E eu pensava em ter três filhos com ele", diz ela, bem-humorada.

15 minutos de desespero

Beatriz*, de 27 anos, conheceu um homem "com beleza de filme e aparência de surfista", como ela mesma descreve, por meio de um aplicativo de encontros que mostra pessoas próximas às outras. Ele tinha 33 anos. Ela não lembra exatamente em que ano isso aconteceu — mas foi em 2018 ou 2019.

Os dois já estavam conversando havia alguns dias quando, por coincidência, se viram na rua, em um dia chuvoso. Beatriz havia acabado de sair do trabalho e estava com o guarda-chuva nas mãos, correndo em direção ao metrô, no centro de São Paulo. Ele olhou para ela e sorriu. "Eu pensei: 'gato, me reconheceu!'", recorda.

Quando ela já estava na estação, ele mandou mensagem para marcar um encontro: sugeriu que fossem tomar um suco em uma padaria da rua Augusta, também no centro da cidade. Beatriz topou de imediato. Marcaram em uma quarta-feira, às 18h, depois do trabalho.

Era o terceiro encontro dela naquela semana. Escolheu ir com seu "vestido de guerra" — peça que ela sempre usa em encontros de inverno: um modelo preto, com mangas compridas e um pedaço do tecido em volta do pescoço.

Beatriz chegou primeiro e esperou por ele na frente da padaria. Depois, o casal entrou e sentou a uma mesa. O lugar estava lotado.

"Tentei puxar assunto. Mas, durante toda a conversa ele fazia pausas para pegar o celular e mandava áudio para os amigos falando de futebol. Estava passando um jogo do São Paulo. Aí, ele me perguntava algo e, quando eu começava a responder, ele já olhava o celular", conta.

Em um determinado momento, ele fez a seguinte pergunta a Beatriz: "Você se depila?" Ela ficou sem entender. Então, ele fez uma cena que atraiu todos os olhares e deixou a jovem em choque: tirou a camiseta e se aproximou ainda mais dela, de modo a deixar o peitoral quase colado na cabeça da moça. "Eu tenho umas frescuras, para mim, mulher tem que ser depilada, porque eu me depilo", anunciou.

Depois de alguns minutos paralisada, Beatriz conseguiu reagir. "Vou ao banheiro e já volto", disse. "Sentei na privada e mandei mensagem para duas amigas, estava desesperada. Pedi para elas me ligarem em três minutos", afirma.

Ela voltou para a mesa e, depois da ligação, inventou que precisava ir embora pois estava de carona. Ele insistiu que ela ficasse. Mas não adiantou. O encontro durou apenas 15 minutos.

Mas ele ainda foi acompanhá-la até a faculdade — que era próxima da padaria — onde, supostamente, Beatriz iria encontrar a prima dela. "Demos um abraço e ele disse 'adorei te conhecer'. Respondi 'obrigada' e entrei na faculdade. No outro dia, ele me mandou mensagem, mas não falei mais nada", conta.

Depois de três meses, a cena praticamente se repetiu: Beatriz estava saindo do trabalho na companhia de amigas quando avistou o boy depilado na rua.

"Por que nunca mais me respondeu?", perguntou ele. 

"Porque a vida é assim", ela se limitou a dizer. 

"Não sei porque falei isso. Acho que fiquei com trauma. Dei tchau para ele e nunca mais o encontrei, nem fiz outro encontro na padaria", finaliza.

*Os nomes foram alterados a pedido das entrevistadas

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