Além dos milhares de brasileiros passando fome, há milhares (ou milhões) de pessoas espalhadas pelo país alimentando-se mal por falta de dinheiro. Pelo menos é o que concluiu uma pesquisa da Horus, publicada neste mês.
A Horus é uma empresa carioca que estuda o mercado brasileiro. Sua sede é no Rio de Janeiro e ela ajuda empresários a tomarem decisões relacionadas ao tema. Ela foi fundada em 2017.
O levantamento analisou 500 milhões de notas fiscais emitidas por supermercados no primeiro semestre do ano passado e outras 500 milhões no mesmo período deste ano.
A pesquisa concluiu que o alimento que mais aparece agora no carrinho de compras do brasileiro é o biscoito, que teve um aumento de 22,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Depois, os três itens com mais avanços foram refrigerantes (17,9%), snacks e salgadinhos (9,2%). Todas as classes sociais estão comprando mais estes itens, principalmente as D e E.
O levantamento concluiu também que os brasileiros estão consumindo menos legumes, verduras e frutas, que são alimentos mais saudáveis. As reduções foram de 21,5%; 14,5% e 6,9%, respectivamente.
O menor consumo desse tipo de alimento também explica-se pelo aumento de quase 50% do preço.
A pesquisa também indicou uma procura maior por ovos e mortadela, que são proteínas mais baratas. Proteínas, para quem não sabe, são os principais nutrientes das carnes. Uma de suas funções é fornecer energia.
Um ponto de vantagem nesses alimentos (principalmente o biscoito) é que eles têm longa data de validade, possibilitando menos idas ao mercado e menos perda de dinheiro com inflação, com estoques em casa.
Assim, na correria do dia a dia e para economizar o pouco dinheiro, pode parecer uma boa ideia. Também imagina-se que os brasileiros estão apostando mais em salgadinhos e biscoitos por já virem prontos.
No entanto, não é bom para a saúde ter esse tipo de alimentação, ainda mais para crianças, que precisam acostumar o paladar a alimentos saudáveis e precisam se desenvolver de forma saudável.
Flipar
Flipar
Flipar
Em abril deste ano, outra pesquisa concluiu que os brasileiros estão comendo mais biscoitos, assim como pães.
O levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) indicou um aumento de 4% de 2021 comparado a 2019.
Também em abril deste ano, o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgou um levantamento revelando que ficou 15% mais caro se alimentar no Brasil entre março de 2021 e março deste ano.
Para se ter uma noção do preço da alimentação, uma cesta básica custa aproximadamente R$ 700, dependendo do estado e do mercado. O valor é praticamente a metade de um salário mínimo atual: R$ 1.212.
Em 2022, o Brasil passará por eleições para presidente, governador, deputados e senadores. Se está insatisfeito com o preço dos alimentos, preste atenção nas propostas dos candidatos.