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Patricia Lages
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Análise: Preguiça de pensar, emburrecimento e falta de interesse

Por que muitos preferem depender da opinião de terceiros a ter que raciocinar e tomar decisões por si mesmos?

Patricia Lages|Do R7


O ato de pensar é cada vez mais raro
O ato de pensar é cada vez mais raro

Estudiosos, pesquisadores e antropólogos já apresentaram evidências de que estamos vivendo na era da burrice, onde a inteligência humana efetivamente começou a decair. Segundo o antropólogo inglês Edward Dutton, o emburrecimento não é um simples desvio momentâneo, mas, sim, um fenômeno real.

Responsável pela revisão das principais pesquisas sobre o assunto, Dutton afirma que, se essa regressão seguir o ritmo atual, a população de diversos países terá um Quociente de Inteligência (QI) abaixo de 80 pontos já na próxima geração de adultos, o que representa um nível abaixo da média.

Apesar de não haver pesquisas brasileiras especificamente sobre esse assunto, podemos afirmar que o processo de emburrecimento já está instalado por aqui. De acordo com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, os alunos do ensino médio tiveram o pior desempenho da história em 2021. O nível de conhecimento em matemática de 97% dos alunos do 3º ano é equivalente ao da 7ª série do ensino fundamental, o que representa uma defasagem de seis anos no aprendizado. Em português a situação também não é nada boa, pois quatro em cada dez alunos possuem conhecimento abaixo do básico.

O ato de pensar se tornou tão trabalhoso que grande parte das pessoas parece estar constantemente em modo “stand by” e só consegue “ligar” o cérebro mediante algum estímulo externo. É cada vez mais difícil encontrar pessoas ávidas por conhecimento, que se interessem verdadeiramente por alguma conversa ou que simplesmente prestem atenção por mais do que dez minutos.

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Embora a tecnologia e a automação acelerem muitos processos e estejam presentes em praticamente tudo o que fazemos, viver em um mundo onde a inteligência humana está regredindo certamente nos faz retroceder em inúmeros aspectos. Cabe a nós, por exemplo, a responsabilidade de fazer boas escolhas, principalmente em um ano eleitoral, em que pessoas de caráter duvidoso não economizarão nas “fake news” e em todo tipo de estratégia enganadora.

O que esperar do futuro de um país que tem preguiça de pensar, cujos jovens já apresentam anos de defasagem no ensino acadêmico e que demonstram muito mais interesse em brigar por política do que de fato entendê-la? É preciso refletir sobre a questão e, quanto antes, lutar para mudar o rumo que nossa sociedade vem trilhando.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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