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Patricia Lages
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Número de profissionais contratados nos EUA por empresas brasileiras cresce 47% 

Falta de qualificação no país e novas facilidades para contratação no exterior levam à busca de mão de obra internacional 

Patricia Lages|Do R7 e Patricia Lages


Carteira de trabalho
Carteira de trabalho

De acordo com dados divulgados por uma empresa global de Recursos Humanos, em 2022, houve um aumento de 47% na contratação de profissionais que vivem nos Estados Unidos por empresas brasileiras.

As companhias que mais buscam profissionais fora atuam nas áreas de TI, serviços financeiros e desenvolvimento de softwares e sistemas, mas não apenas nestas. A quantidade de empresas que passaram a buscar colaboradores no exterior também subiu e já atinge 23%, ou seja, praticamente uma a cada quatro.

A chegada de novas ferramentas para gestão de folha de pagamento, gerenciamento de pessoal e de apoio jurídico e contábil tem facilitado as contratações de residentes nos Estados Unidos e, como tudo na vida, há prós e contras.

Por um lado, essas soluções proporcionam avanços que ajudam as empresas brasileiras a entrarem em mercados altamente competitivos. Sem a mão de obra qualificada que, em alguns casos, não é encontrada no Brasil, essas companhias estariam fora do jogo e, obviamente, nós, consumidores, não teríamos acesso a uma série de produtos e serviços.

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Por outro lado, a facilidade de contratação de profissionais residentes não só nos Estados Unidos, mas também em outros países, amplia a concorrência pelas vagas de emprego e, em diversos casos, coloca os brasileiros no fim da fila.

E há mais um agravante: as ferramentas que auxiliam as empresas brasileiras na busca por pessoal qualificado não se resumem às grandes corporações, pois estão sendo ampliadas para atender também as Pequenas e Médias Empresas (PMEs).

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É preciso buscar qualificação profissional real

Diante desse quadro, os brasileiros precisam, mais do que nunca, buscar qualificação profissional real, o que vai além de fazer uma faculdade. As empresas estão muito mais focadas nas habilidades do que em diplomas ou certificações, salvo em funções que exigem educação formal.

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É hora de trocar as muitas horas nas redes sociais (o Brasil é o 3º país com maior presença nas plataformas) pela leitura de bons livros, pela busca por cursos on-line – muitos deles gratuitos ou com valores acessíveis – e pelo interesse no desenvolvimento dos chamados soft skills, que são habilidades comportamentais.

Entre elas, algumas das mais valorizadas são:

• Resiliência – capacidade de suportar pressões;

• Adaptabilidade – lidar bem com novos cenários;

• Inteligência emocional – capacidade de controlar os próprios sentimentos;

• Colaboração multifuncional – trabalhar bem em equipe;

• Liderança inspiradora – manejo de pessoas inspiradas pelo exemplo;

• Gestão de mudança – busca constante por adaptação a novas formas de administração.

Diante disso, não há como deixar de citar que o sistema de ensino brasileiro, em grande parte, tem trabalhado na contramão de quase tudo que o mercado busca e precisa: em vez de resiliência, vitimismo; em vez de adaptabilidade ao meio, querer que os outros se adaptem às suas vontades; em vez de inteligência emocional, fazer apenas o que os sentimentos mandam; em vez de colaboração multifuncional, exigências individuais; em vez de liderança inspiradora, imposições e “cancelamentos” de quem pensa diferente; em vez de gestão de mudança, querer que tudo se adapte aos seus desejos pessoais.

Se não mudarmos essa mentalidade que está se alastrando rapidamente nas escolas, em um futuro mais breve do que podemos imaginar não teremos profissionais preparados para o mercado e nem mesmo pessoas com o equilíbrio necessário para se viver bem em sociedade. Ainda há tempo. Mas não muito.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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