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Adega do Déco

Aumenta o consumo de vinho argentino contrabandeado e falsificado: saiba como não cair nessa

Adega do Déco|André Rossi e André Rossi

Desconfie dos descontos: o Angélica custaria originalmente R$ 441,00 e o DV R$ 229,00
Desconfie dos descontos: o Angélica custaria originalmente R$ 441,00 e o DV R$ 229,00

Sabe aquele vinho argentino baratinho que você comprou achando que estava fazendo um supernegócio e sendo mais esperto do que seu amigo que pagou o dobro ou o triplo na importadora ou em uma loja conhecida? Pois bem, sinto dizer que você não estava sendo esperto, e, na verdade, pode ter feito um mau negócio. Na verdade, você pode até estar pondo sua saúde em risco ao consumir algo cuja procedência é duvidosa.

Este é um assunto sobre o qual venho comentando desde meados de 2020, mas que ganhou ainda mais relevância e importância em 2021, devido aos altos números envolvidos. Em 2021, decidi me posicionar publicamente sobre as preocupantes consequências dessas atividades ilícitas em meu Instagram (@agdegadodeco).

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Dei inúmeras entrevistas para diversos canais e até criei uma hashtag, #vinholegal, que foi bastante compartilhada. Infelizmente, o que vimos foi um aumento contínuo do contrabando, do roubo e da falsificação de vinhos. Vamos explorar um pouco mais cada um desses problemas e, por fim, como podemos tentar identificar um vinho falso ou contrabandeado.


Contrabando e descaminho

O contrabando refere-se à entrada ilegal de produtos proibidos em um país. No entanto, o termo correto para identificar um produto que entra no país de forma ilegal, sem pagar impostos e sem passar pelo processo de legalização ou nacionalização, é "descaminho".


No contexto dos vinhos argentinos no Brasil, o descaminho ocorre há bastante tempo, principalmente devido aos altos impostos e às taxas de importação no Brasil. A situação piorou em 2020 devido à crise econômica na Argentina e às distorções nas taxas de câmbio do peso argentino.

Isso permitiu que vinhos comprados na Argentina a preços mais baixos, devido à ausência de impostos, chegassem ao Brasil com preços significativamente menores do que os praticados por importadores legais.

Além de ser ilegal, a venda de vinhos dessa forma prejudica a qualidade da bebida, pois muitas vezes essas garrafas são transportadas de maneira inadequada, como em caminhões que transportam animais, ou ficam expostas ao sol.

O descaminho também representa uma perda de arrecadação de impostos para o país. Segundo a Receita Federal, o número de apreensões de vinhos de descaminho aumentou em 436% desde 2019.

Os vinhos normalmente comercializados ilegalmente incluem marcas famosas e premiadas, como Catena Zapata, Rutini, El Enemigo e Luigi Bosca. Algumas importadoras, como a Mistral, desenvolveram selos de difícil imitação, aplicados nas garrafas na Argentina para mostrar que a importação foi feita de maneira correta e que o vinho é confiável.

Roubo

O roubo de vinhos é outra prática em crescimento e não é segredo para ninguém. Em maio do ano passado, uma carga de 12 mil garrafas de vinhos argentinos da vinícola Rutini foi roubada durante o transporte no contêiner de uma importadora. Empresários do setor também relatam roubos de veículos utilizados no transporte de vinhos.

Falsificações

A falsificação de vinhos representa um perigo significativo para a saúde. Intoxicação por substâncias como o metanol em bebidas falsificadas já causou mortes em diversos países. O Brasil também registrou casos de intoxicação devido a bebidas falsificadas, e a falsificação de rótulos de vinho tem aumentado consideravelmente.

Dicas para evitar comprar vinhos falsificados ou de descaminho:

Verifique os rótulos: Todos os vinhos importados no Brasil devem ter o registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e as informações em português. Certifique-se de que o rótulo esteja correto, sem letras ou informações estranhas, adesivos sobrepostos ou sinais de alterações.

Rótulo do vinho
Rótulo do vinho

Desconfie de preços muito baixos: Se o preço de um vinho parece bom demais para ser verdade, desconfie. Grandes descontos podem ser um sinal de que o vinho não foi importado legalmente.

Lembre-se de que consumir vinhos falsificados, contrabandeados ou de descaminho não apenas prejudica a sua saúde, mas também a economia do país e alimenta o crime organizado. Portanto, seja um consumidor consciente e evite práticas ilegais e arriscadas.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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