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Adega do Déco
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Festival de Riesling: conheça alguns vinhos incríveis dessa uva

Em cada região ela dá vinhos com um perfil diferente, mas sempre mantendo sua espinha dorsal intacta, com vinhos de bastante acidez, bom corpo e boa intensidade aromática

Adega do Déco|André RossiOpens in new window


Uva Riesling Divulgação

Não é segredo pra ninguém que me conhece ou me acompanha que sou um entusiasta, um fanático, pela uva Riesling. Essa uva tem sua origem na região do Rio Reno, na Alemanha (embora esse tema ainda suscite até hoje algumas dúvidas sobre sua origem), é destaque em várias regiões alemãs, é a rainha da Alsácia, na França, e ainda dá excelentes vinhos na Áustria e, em menor número, na Nova Zelândia, na Austrália, na África do Sul, nos Estados Unidos, no Chile e na Argentina.

Em cada região ela dá vinhos com um perfil diferente, mas sempre mantendo sua espinha dorsal intacta, com vinhos de bastante acidez, bom corpo e boa intensidade aromática, que normalmente nos levam a aromas florais, frutas como pêssego e maçã e o tão famoso aroma mineral. E aí, entrando em cada vinho e cada região, eles terão características diferentes, dependendo do terroir, que são os fatores climáticos, de solo, de relevo e até mesmo do homem.

Recentemente, em um evento na escola de vinhos Enocultura, tivemos um Festival de Rieslings de várias partes do mundo e este que vos fala sofreu demais por não conseguir ir, mas uma grande e competente amiga, a Tatiana Gama (@tatiana_gama_wines) que está trilhando esse caminho do vinho, foi ao evento e me mandou suas impressões e elegeu os destaques.

Então vamos lá, fala Tati!

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“Um dia para os amantes da Riesling se deliciarem nas diferentes nuances que a casta pode manifestar dependendo de como são trabalhadas e do local onde vinhedos estão plantados.

Foram degustados 25 vinhos, majoritariamente da Alemanha, mas com ótimos exemplares de Alsácia e ainda um vinho da Nova Zelândia, que numa degustação às cegas talvez fosse impossível de dizer que não se tratava de um vinho alemão, de tão típico que se expressava o RIPPON RIESLING 2020 da região de Central Otago.

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Uma grande quantidade de vinhos bem parecidos, entre eles com as características da casta aparecendo bastante em aromas florais e frutas brancas, com frescor vibrante e acidez alta (que por muitas vezes encobriu o residual de açúcar típico da vinificação da Riesling).

Mas vamos lá bater o martelo naqueles que foram os vinhos que mais me chamaram atenção:

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5- KIEDRICHER RIESLING QBA TROCKEN 2018

Um vinho fresco e com acidez alta, cheio de notas florais e frutas brancas que apesar de já ter cinco anos ainda mantinha todo seu frescor (escolha do produtor que optou por manter seus vinhos em estágio curto em aço inox), mesmo assim fugindo do básico com alguns sinais de evolução ao nariz que deixou um gosto de quero mais... daqui há uns anos. Apresentando corpo mais pesado ao paladar quando comparado a outros degustados. Um vinho excelente!

4- WITTMANN NIERSTEINER RIESLING SECO (TROCKEN) 2021 PREMIER CRU

Já pronto para beber com apenas três anos, este jovem vinho expressa e entrega tudo o que se espera de um Riesling seco, residual de açúcar mínimo e imperceptível, frescor vibrante, alta acidez e muitas frutas, mas principalmente o maracujá guiou o paladar com toques herbáceos e um cítrico mais notado na boca. Com certeza acompanha pratos a base de peixes até carnes mais gordurosas sem perder a intensidade do seu paladar.

3- RIESLING “LIEU DIT” GRAFENREBEN 2018

Aqui vale a pena mencionar o que significa este " LIEU DIT”, que é um termo francês que se refere a uma parte específica de um vinhedo ou região reconhecida por especificidades topográficas, ou históricas.

Agora vamos ao vinho...

Da região da Alsácia, expressando de cara seu terroir com orientação oposta à região alemã e com cultivo biodinâmico (mínimas intervenções) com o vinhedo recebendo bastante incidência solar. Um vinho complexo e aromático, com corpo médio e final persistente. Acidez bem presente, mas que não chega a ser excessiva, como acontece algumas vezes nos Riesling alemães. Pra beber já ou guardar, pois apresenta notas de evolução com apenas cinco anos.

2- WEINGUT VOLLENWEIDER WOLFER GOLDGRUBE

Único Spältese (classificação de vinho de sobremesa, ou seja, vinhos doces) da degustação, simplesmente fora da curva do evento com um corpo incrível com “peso” à boca. Este vinho com apenas 8,5% de álcool surpreende pelo equilíbrio entre residual de açúcar e acidez que fizerem o vinho crescer na boca. Amoras e sabores de mel, e um pouco de frutas tropicais, se misturam a uma mineralidade e à acidez da uva criando um vinho intenso e gastronômico que iria facilmente de carnes curadas a comidas mais picantes, além de, claro pratos com frutos-do-mar. Uma surpresa do evento que me causou dificuldade de degustar os próximos vinhos sem me balizar nele.

1- DOMAINE ROMINGER RIESLING GRAND CRU SAERING 2017

Para mim o campeão foi esse vinho da Alsácia, região onde a Riesling atinge seu amadurecimento de forma a entregar um vinho com corpo e complexidade exatamente como percebido na degustação. Mais intenso, cheio de frutas maduras no seu paladar e aromas de flores e bastante mineral, tudo bem integrado à alta acidez e um álcool relativamente alto para um vinho branco (13,5%) se comparado aos exemplares alemães. Simplesmente adorei, por todo o corpo, peso na boca que me fez pensar instantaneamente em harmonizações com carnes brancas em molhos cítricos ou até num bom leitão, para fazer um contraponto com as frutas maduras. Era um vinho 2017 já com notas de envelhecimento típicas como petróleo e mel. Fantástico!”

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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