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É de Comer
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Beber, comer e conversar: conheça os izakayas, bares asiáticos em SP onde a regra é compartilhar

Explosão de bares asiáticos em São Paulo revela que a gente sente falta de uma boa mesa cheia com risada, boa comida e experiências novas.

É de comer|Camé Moraes do @ehdecomer para o R7


Grelha do Kuromoon - a brasa é um dos atrativos dos izakayas
Grelha do Kuromoon - a brasa é um dos atrativos dos izakayas

O torresmo, o bolinho de carne seca e o pastelzinho sempre terão um lugar no coração da botecagem brasileira e jamais serão substituídos. Mas é inegável que uma cozinha diferente, vinda da Ásia, esteja ocupando parte do espaço antes monopolizado pelos bares mais tradicionais.

Muda o menu, fica a ideia: beber, comer, conversar. Nos últimos anos houve uma onda de abertura izakayas, como são conhecidos os botecos japoneses, em São Paulo. A palavra pode ser traduzida como "taverna para ficar e beber". Mas, caro leitor, esses lugares não são apenas sobre beber; eles são casas de celebração da comida e da camaradagem. Uma espécie de refúgio, depois de um longo dia de trabalho, onde pratos para compartilhar são acompanhados de saquê (fermentado à base de arroz), cerveja ou shochu (destilado à base de arroz).

Compartilhar pratos é uma tradição culinária que desempenha um papel importante na cultura gastronômica não só do Japão, mas também na Tailândia e Coreia do Sul. E por isso, vejo o movimento que começou com os izakayas sendo ampliado para outras cozinhas asiáticas na capital paulista com uma coisa em comum entre elas: o uso da grelha vem com tudo, principalmente na apresentação dos espetos.

Izakaya: um lugar para beber, comer e compartilhar
Izakaya: um lugar para beber, comer e compartilhar

A prática da mesa coletiva fortalece os laços sociais, permite que as pessoas experimentem uma variedade de sabores e promove uma atmosfera de convívio durante as refeições - enfraquecida durante a pandemia e que parece ter sido ressuscitada com os novos estabelecimentos abertos em São Paulo. Cito aqui o nada óbvio tailandês Ping Yang, do chef Maurício Santi, nos Jardins e o Kuromoon, no Paraíso - uma mistura de bar japonês e coreano, aberto em julho pelos empresários e cozinheiros Fabio Moon e o Fernando Kuroda. 

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Com esses novinhos, entra na minha lista de favoritos o bombado e já bem estabelecido Hira Ramen Izakaya, do Daniel Hirata, na Vila Madalena, que serve além do Ramen, uma grande diversidade de petiscos para dividir.

Crudo de peixe apimentado do Ping Yang
Crudo de peixe apimentado do Ping Yang

Alguns pratos típicos que são compartilhados em izakayas incluem "edamame" (soja verde cozida no vapor e salgada), "gyoza" (pastéis recheados com carne ou vegetais), "yakitori" (espetinhos de frango grelhados) e "okonomiyaki" (panqueca japonesa).

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Atum batido na alga frita
Atum batido na alga frita

Mas no Hira, há alguns destaques como a nagoya tabasaki (as asinhas de frango fritas agridoces crocantes) - meu prato preferido lá, o tradicional karagee (frango frito), ostras frescas e também o atum batido sobre alga empanada, como um tempurá. Os clientes sentam-se ao redor de mesas e compartilham os pratos, promovendo uma atmosfera animada e sociável, ou enfileiram-se no balcão. Além dos saquês, os drinks são um atrativo. Amei o “The other woman”, uma espécie de dirty Martini com umê (aquela ameixa salgada em conserva).

Vista do balcão do Ping Yang
Vista do balcão do Ping Yang

No Ping Yang, que tem um bom serviço de salão, os pratos são servidos no centro da mesa. Não há facas, somente garfos. Destaque para mim foram o peixe cru apimentado, o espetinho de frango envolto de curry picante e a carne na wok com molho de ostra. Tudo feito com temperos e bastante acidez bem típicos da Tailândia (disclaimer: não, você não vai encontrar pad thai nesse restaurante). Drinks e bons rótulos de vinho também podem ser apreciados no restaurante do chef que rodou a Tailândia antes de abrir a casa.

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Na Coreia do Sul, os equivalentes dos izakayas são conhecidos como "pojang". Assim como lá, o Kuromoon é um destinos onde as conversas fluem com kimchi, cerveja e, claro, soju.

Em um típico "pojang", você encontrará pratos como o "pajeon" (panqueca de cebolinha) e o "tteokbokki" (bolinho de arroz apimentado). 

Além disso, a cultura do "banchan" é um exemplo notável de compartilhamento de pratos na Coreia. Quando você vai a um restaurante coreano, é comum receber uma variedade de acompanhamentos conhecidos como banchan, como kimchi, brotos de feijão, algas marinhas, e muitos outros. Esses acompanhamentos são colocados no centro da mesa e são compartilhados entre todos os comensais para acompanhar a refeição principal.

Na cozinha do Fábio e do Fernando, brilham o espeto de porco com kimchi (acelga apimentada em conserva); a berinjela marinada; o mandu (gyoza coreano); ebi toast (camarão sobre pão de alho); karaage (frango frito empanado); omusoba (macarrão). Pra acompanhar, belos rótulos de saquê. 

Os coreanos têm sua própria maneira de expressar o brinde, chamada "geonbae!" - um grito alegre antes de virar a taça.

"A inspiração vem da minha vida e do Kurochan (o sócio dele Fernado Kuroda). Gosto de fazer as coisas que eu não gostava de comer quando criança e faço do meu jeito agora. O Kurochan morou e foi lutador profissional de sumô no Japão. Então a nossa cozinha é uma mistura Japão-Coreia, e a inspiração foi não ter nenhum lugar assim não só no Brasil; mas no mundo", ele conta.

Perguntei ao Fabio Moon se é uma tendência esses botecos asiáticos por São Paulo.... " Não sei se é tendência. Quero fazer um lugar que vai durar pra sempre", finalizou.

Então kampai, geombae, ou simplesmente saúde. Vida longa aos bons bares asiáticos de São Paulo. Me segue lá no meu insta, o @ehdecomer

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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