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Fast food: o perigo mora longe de casa 

Estudo aponta que a maior parte do consumo de comidas hiper-calóricas em lanchonetes se dá longe de casa

É de comer|Camé Moraes e Camé Moraes

Ida a fast foods acontece principalmente longe dos lares
Ida a fast foods acontece principalmente longe dos lares Ida a fast foods acontece principalmente longe dos lares (Imagem criada por IA/Freepik)

Começo o post de hoje com uma pergunta para o leitor: você come mais fast food em locais perto de casa ou quando está no trabalho, escola ou deslocamento? É uma questão simples, mas que pode mudar políticas públicas de promoção de alimentação saudável — principalmente em países que se preocupam com a obesidade em níveis alarmantes.

Um estudo americano publicado essa semana na revista Nature revela que as interferências governamentais para mudar incidência de fast food em bairros mais residenciais podem estar equivocadas, nos EUA.

Tudo que foi feito até então na América do Norte era voltado para estabelecer lugares onde a população pudesse adquirir alimentos saudáveis, como sacolões e supermercados, perto de casa — para evitar justamente que as famílias frequentassem demais as lanchonetes com hambúrgueres gordurosos e suas grandes porções de frango e batatas fritas.

Mas os pesquisadores do MIT e da Universidade Southern Califórnia concluíram que a ida a esses fast foods acontece principalmente longe dos lares — quando as pessoas estão em deslocamento para a escola ou trabalho.

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A pesquisa destaca que dietas pobres, incluindo o consumo excessivo de alimentos super calóricos, mas pobres em nutrientes, são uma causa significativa de doenças relacionadas à dieta e mortalidade. Isso a gente já sabe. O que achei interessante nela foi a nomenclatura que se dá geograficamente para locais com baixo acesso a alimentos de qualidade.

Ambientes alimentares de baixa qualidade são classificados em desertos alimentares, com pouca acessibilidade a supermercados e sacolões, por exemplo, e pântanos alimentares, saturados de estabelecimentos vendendo alimentos não saudáveis.

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Aqui no Brasil eu diria que um Deserto Alimentar certamente seria uma favela ou comunidade densamente povoada sem grandes redes com oferta de alimentos frescos. Já o Pântano estaria muito bem representado por uma praça de alimentação de shopping center.

A concentração desses ambientes em comunidades de baixa renda e minorias contribui para desigualdades nutricionais. Apesar do interesse em intervenções políticas para melhorar essa realidade, os resultados das intervenções até agora têm sido limitados justamente porque a premissa era enganosa: as pessoas nos Estados Unidos buscam mais alimentos não-saudáveis quando estão fora de casa. 

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O estudo proposto utiliza um grande conjunto de dados de mobilidade para examinar as visitas a restaurantes de fast food e outros estabelecimentos, investigando como essas visitas estão ligadas às doenças relacionadas à dieta.

Principais dados incluem:

Distância percorrida: A mediana da distância do lar para qualquer lugar visitado é de 7,83 km, com uma variação de 2,47 a 18,63 km. A maioria das visitas aos restaurantes de fast food ocorre fora do bairro de residência do usuário, com apenas 6,8% das visitas acontecendo da região da casa da pessoa.

Padrões de visita aos restaurantes de fast food: A maioria das saídas para alimentação ocorre entre o meio-dia e a noite, tanto durante a semana quanto nos fins de semana, com um pico de visitas aos restaurantes de fast food ao redor do meio-dia, de segunda a domingo.

Implicações de políticas: Estratégias de intervenção focadas em reduzir as visitas a restaurantes de fast food podem ser mais eficazes se direcionadas para os locais onde os usuários têm maior exposição e visitas a esses estabelecimentos. 

Esses dados sugerem que intervenções direcionadas aos ambientes alimentares móveis, onde as pessoas passam a maior parte do tempo fora de casa, como trabalho e escola, podem ter um impacto significativo na redução das visitas a restaurantes de fast food e, consequentemente, na promoção de escolhas alimentares mais saudáveis.

Tá aí uma coisa para os shoppings e grandes centros empresariais pensarem por aqui no Brasil. Será que a oferta de alimentos saudáveis é suficiente? 

Me segue lá no meu insta, o @ehdecomer, para mais dicas de alimentação sustentável e saudável.

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