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Caymmi abraça amores e navega seguro em documentário cheio de ternura

‘Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos’ parte de um vídeo caseiro para retratar um dos nomes mais influentes da MPB

Cine R7|Celso Fonseca, do R7

Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos estreia na semana em que o cantor completaria 110 anos

Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos é um documentário com uma estrutura linear e familiar, o que facilita a jornada de quem gosta do gênero. A ausência de ousadias narrativas, porém, evita que sua autora, Daniela Broitman, navegue em mares turbulentos e sim deslize segura para contar a história de um dos personagens mais influentes da música brasileira.

Quem tem Dorival Caymmi pode prescindir de malabarismos. Um Caymmi manhosamente vaidoso e ainda sedutor aos 84 anos — dez anos antes de sua morte — desponta na tela discorrendo sobre a música, família, sua terra natal, a Bahia e os tais afetos num filme caseiro então inédito. É o que basta para se ter aí um ótimo começo de conversa.

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Compositor de clássicos da MPB da estatura de O Samba da Minha Terra, Marina, Maracangalha, É Doce Morrer no Mar e O Que É Que a Baiana Tem — esta última eternizada por Carmen Miranda, a quem Caymmi não só entregou a canção, como também ajudou a elaborar seus trejeitos e figurino —, o artista desenvolveu uma técnica inimitável de tocar violão. Assim, original e poética, sua obra deixou marcas na bossa nova e no tropicalismo. O que faz de Caymmi um cânone da MPB, num patamar que talvez só caibam João Gilberto e Tom Jobim.

Aliás, seria João Gilberto, com exceção do próprio compositor, o único a interpretar a contento suas canções. Com Tom Jobim, ele firmou uma grande amizade, como mostram passagens em Los Angeles e uma animada cantoria que reuniu a família e os amigos de ambos.

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O documentário, que estreou nacionalmente nesta quinta-feira (25), expõe ainda uma fama de mulherengo do baiano, vocalizada em suas próprias histórias, ainda que a mulher Stella, seu grande amor, o mantivesse sob rígida proteção e vigilância.

Caymmi tem lá seus pecadilhos, como quando se opôs severamente à separação da filha Nana Caymmi, num arroubo machista, talvez típico de sua geração. Nada que escureça a trajetória de um talento tão múltiplo — pintava verdadeiramente bem —, que, perto do final da vida, resplandecia paz, humor e sedução.

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