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Melhor álbum de Anitta, ‘Funk Generation’ consolida cantora como uma força internacional

Em três idiomas, artista entrega um trabalho coeso e empolgante, sem deixar o ritmo diminuir em nenhum momento

Farofa Pop|Felipe GladiadorOpens in new window

Anitta acertou em cheio com o lançamento do 'Funk Generation' (Reprodução/Instagram/anitta)

“Vou fazer você perder o ar”, canta Anitta em Lose Ya Breath, música que abre seu álbum mais recente, lançado no último dia 26 de abril. E olha, é exatamente essa a sensação ao longo das 15 faixas do Funk Generation. Frenético do começo ao fim, o projeto é o mais completo já feito pela brasileira.

Caí de amores pelo álbum logo na primeira ouvida, mas foi bom ter saboreado ele com mais atenção ao longo das semanas seguintes. Além disso, foi importante para mim “sentir” essas músicas em festas, porque nada mais poderoso do que ver como um trabalho desses, idealizado para as pistas, performa nesses ambientes. E não há dúvida: Funk Generation nasceu para fazer quem o escuta descer até o chão!

Anitta mostra mais uma vez que sabe muito bem quem é como artista e, mais ainda, que confiar na própria visão é um grande acerto. Fica claro que a cantora foi abraçada pela Republic Records, sua atual gravadora, de uma forma a poder montar o trabalho com toda a sua personalidade, sem precisar que sua arte fosse “adaptada” para gringo ver e ouvir. Mesmo que o álbum seja mais cantado em inglês e espanhol, ele transborda brasilidade e entrega tudo o que fez tanta gente se apaixonar pela diva de Honório Gurgel.

A abertura que citei acima prova que Anitta, logo de cara, tem fogo no olhar, seja falando de sua visão para criar o álbum ou do jeito com que ela entoa os versos com tanto apetite. O refrão da primeira música dá o tom do que podemos esperar na sequência... um som pesadão que promete não te dar pausa nem para um xixizinho ou uma ida ao bar. É para dançar sem parar MESMO.

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Anitta acerta também nas referências e inspirações em nomes como Tati Quebra Barraco, MC Carol, Bonde do Tigrão e Deize Tigrona, mescladas a sons pops mais atuais, sempre trabalhando com produtores e compositores fortes como Gabriel do Borel, Tropkillaz, Pablo Bispo, Gorky, Amy Allen, Jimmy Napes, Stargate, Maffalda e Zebu. Os beats cheios de energia continuam por praticamente todas as canções.

Uma das ‘proibidonas’ do álbum, a empolgante Grip é o exemplo perfeito dessa misturinha. Tem português, inglês, espanhol, sons já característicos do funk carioca, e uma roupagem quase experimental para a discografia de Anitta.

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Na sequência vem Funk Rave, que já era conhecida há bastante tempo, e que funciona dentro da proposta do álbum. Essa é daquelas que talvez você não tenha curtido tanto quando ouviu pela primeira vez, mas ela cresce que é uma beleza. A cada ouvida sinto que fica mais divertida.

Um dos destaques do álbum, Fria vicia facilmente. A letra traz a Anitta dona de si, decidida como sempre, que se conhece e sabe que não vai dar o que a outra pessoa está querendo dela. O famoso ‘papo reto’, para depois não dizer que ela não avisou. Ela avisou, sim, e foi em alto e excelente som.

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Mesmo sendo menos impactante que as anteriores, Meme também não decepciona e mostra outra coisa já bastante característica de Anitta: a fusão deliciosa de funk com reggaeton. Depois, Love in Common nos dá aquele gostinho de volta no tempo, de quando ela era a MC Anitta, que tanto brilhou no funk melody. Tudo, é claro, com uma sonoridade mais madura, mas que remete àquela época.

O ritmo volta a queimar com Aceita, que tem uma produção absurdamente boa e traz a artista exibindo seus belos vocais. É muito legal ver como Anitta transita entre a suavidade e a voracidade ao cantar no Funk Generation.

Acostumada a trabalhar com alguns dos maiores nomes da música nacional e internacional, Anitta faz todas as colaborações do álbum soarem naturais. Sam Smith, Pedro Sampaio, DENNIS, Bad Gyal e Brray são os feats deste projeto, e nenhum deles parece deslocado, todos tendo destaque dentro de suas faixas.

É como em Double Team, que parece a união dos sonhos entre Anitta, Bad Gyal e Brray. É o tipo de música que você não consegue imaginar sendo cantada por outras pessoas, de tanto que faz sentido como foi concebida. Sou suspeito para falar, porque essa me conquistou assim que foi divulgada, com toda a sua sensualidade e atitude. A parte de Bad Gyal é um dos pontos altos do álbum. A entrada da espanhola na faixa é triunfal.

Talvez a mais explícita de todas, Savage Funk tem um beat de te fazer esquecer qualquer problema. É uma receita simples: só dá para largar tudo e se acabar de dançar. Apoteótica, a produção acaba cedo demais. Dizem que tudo que é bom dura pouco, não é? Pois bem, menos de 2 minuto de euforia não são o suficiente, mas calma que Anitta não vai deixar as coisas esfriarem.

Joga Pra Lua, outra que já era conhecida há algum tempo, também se encaixa na sonoridade do FG. Essa é a única inteiramente em português, em parceria com DENNIS e Pedro Sampaio. Assim como Funk Rave, ela cresceu para mim quando ouvida no contexto do álbum.

Sabe aquela coisa de que quase todos os álbuns têm alguma música para pular? Com o Funk Generation isso não existe. Cria de Favela segue mantendo a vibe lá em cima, especialmente o minuto final, que é simplesmente eletrizante.

A duplinha P*** Cara e Sabana bota mais combustível ainda nos momentos finais do álbum. Quando a segunda ‘explode’, sai de baixo. Duvido que alguém ainda estivesse parado depois de tudo que rolou até aqui, mas se tinha... levantou na hora.

Ahi, parceria com Sam Smith, coloca os dois artistas para fazer um dos melhores duetos de Anitta. Com o vozeirão de Sam, algumas pessoas poderia imaginar que a brasileira iria ‘sumir’, mas isso não acontece. Eles estão em total sintonia, um dentro do mundo do outro, soando confortáveis e entregando uma verdadeira perfeição pop.

Mil Veces, mais uma das que já tinham saído antes do álbum, fecha tudo com bastante competência. Refrão e pós-refrão são extremamente envolventes, e o encerramento? Um deleite.

Visual do 'Funk Generation' também é redondinho e bem definido (Reprodução/Instagram/anitta)

Anitta é uma estrela internacional há bastante tempo. Concorreu e ganhou alguns dos prêmios mais respeitados da indústria, trabalhou com gente de peso, esteve em eventos renomados e brilhou em diversos países. E ela tem tudo que é preciso para ser aclamada mundialmente: canta bem, dança, compõe, é belíssima, e sabe fazer marketing como ninguém.

É bom ver que toda sua experiência ao longo dos anos foi usada aqui como um base para que sua essência ganhasse ainda mais força, e não para maquiá-la. Funk Generation consolida Anitta como uma força global porque eleva e amarra tudo que ela tinha feito até agora.

A cantora prometeu que levaria o funk ao mundo, e ela realmente conseguiu. Com um trabalho coeso, muito bem executado e de altíssimo nível.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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