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'Fera' na programação de 14 anos é descoberta em comunidade de SP

Luiz Henrique Olivieri, morador da Ocupação Mauá, centro de São Paulo, é considerado ‘gênio precoce da área’ por seus orientadores

Virtz|Eduardo Marini, do R7


Luiz Henrique (sentado) cumpriu 19 etapas na primeira tarefa e se destacou
Luiz Henrique (sentado) cumpriu 19 etapas na primeira tarefa e se destacou

Fábio Carmo, professor e cofundador do Instituto Educ360º, teve uma boa surpresa ao terminar a primeira etapa de um curso para 90 menores da Ocupação Mauá, comunidade de 230 famílias moradoras de prédios onde funcionaram hotéis inaugurados na década de 1960, na Rua Mauá, centro histórico de São Paulo.

O instituto é conhecido por oferecer cursos gratuitos de programação e design de games para crianças e adolescentes pobres de comunidades carentes, e faz parte da Educ360º, dedicada à formação de profissionais de lógica, criação e desenvolvimento no setor digital.

Na primeira tarefa do curso oferecido pelo instituto, na capital paulista, as crianças e adolescentes da Mauá, divididos em turmas, conseguiram o esperado pelos orientadores: resolver os exercícios práticos até, no máximo, a etapa dez, na escala de trabalho e avaliação adotada. Menos um deles: Luiz Henrique Cunha Olivieri, 14 anos.

“Esse garoto simplesmente entregou o projeto desenvolvido até a etapa 19. Bem mais da metade de todo o programa oferecido por nós em um curso de cinco meses de duração”, espanta-se ainda Carmo. “Não bastasse, tirou a maior nota entre a molecada, com alguma folga para o segundo lugar. Tudo indica que estamos diante de um gênio precoce da área de tecnologia”, aposta.

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Paixão por tecnologia

Luiz Henrique mora na Mauá com a avó, dona Divina, e os irmãos Vitória, de 10 anos, e o recém-nascido Isaque. Os encontros com o pai são raros. A mãe saiu da prisão há três meses e mora com uma irmão em outro local. A pobreza e as dificuldades familiares não impediram, no entanto, que a inteligência, o talento, a dedicação e a disciplina do menino, apaixonado por programação, robótica, computadores e celulares, começassem a fazer a diferença.

“Ele nunca precisou ser mandado para estudar em casa, na escola ou nesses cursos. Sempre deu conta, sozinho, das tarefas e exercícios, com ótimas notas e elogios dos professores. Graças a Deus continua assim”, testemunha dona Divina, tomada de orgulho.

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Crianças carentes nos cursos gratuitos de programação e tecnologia na Ocupação Mauá
Crianças carentes nos cursos gratuitos de programação e tecnologia na Ocupação Mauá

“Sou apaixonado por robótica, programação, softwares (programas) e hardwares (máquinas e equipamentos de computação). Gosto de estudar para aprender tudo o que eu puder”, conta Luiz Henrique ao R7, ao lado da avó, com a simplicidade dos meninos de sua idade.

“Estou aprendendo a programar alguns tipos de games, mas o professor (Carmo) disse que daqui a pouco vou aprender a desenvolver aplicativos interessantes”, acrescenta.

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É provável que não demore muito a chegar lá - e a ir além. Luiz Henrique ganhou uma bolsa de R$ 800, por 16 meses, para aprofundar o estudo de conteúdos mais profundos e profissionalizantes. Está com emprego garantido em uma empresa de negócios digitais, a Foursys, para começar a trabalhar após o fim do estágio remunerado no instituto.

“Muitas vezes, damos o primeiro emprego a jovens brasileiros, o que nos deixa orgulhosos. O Luiz Henrique se enquadra plenamente nesse perfil. Tem um potencial espantoso e história de superação incrível. Bem direcionado, terá carreira brilhante”, aposta Ronaldo Rocha, CEO da Foursys. Que a programação da carreira transforme o garoto, de fato, em excelente profissional.

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