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Patricia Lages
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Nova justificativa para servidor público não trabalhar: calor

Deputado apresenta Projeto de Lei para reduzir expediente do funcionalismo público em dias quentes

Patricia Lages|Do R7


Você já imaginou ser dispensado mais cedo do trabalho só porque está... calor? O deputado distrital Daniel de Castro (PP) não só imaginou como teve a iniciativa de transformar a ideia em lei.

Na noite da última terça-feira (26), Castro apresentou um Projeto de Lei na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) que prevê a redução do expediente do funcionalismo público e do horário das escolas públicas nos dias em que a temperatura for igual ou superior aos 35˚C.

Para o deputado progressista, entre outras coisas, a medida vai “promover a economia de gastos”. Não, você não leu errado. Mas fique tranquilo, pois só mesmo no serviço público brasileiro é que pagar para os funcionários não trabalharem pode significar “economia”. Para o resto do mundo tudo continua igual.

Se até aqui você já acha que o projeto não tem o menor cabimento, prepare-se porque há mais detalhes que certamente estragarão o seu dia. Ou, se realmente continuar lendo, talvez estraguem o resto do ano.

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Para Castro, o criativo, ao deixar seus postos de trabalho, os servidores poderão descansar e se refrescar para (pasme) evitar a fadiga. “A exposição a altas temperaturas pode causar diversos problemas de saúde, como insolação, desidratação, fadiga. Para os servidores públicos, que costumam trabalhar em ambientes fechados e com ar-condicionado, a exposição a altas temperaturas pode ser ainda mais prejudicial”, justificou vossa excelência.

Onda de calor no Distrito Federal: funcionários públicos trabalhando menos
Onda de calor no Distrito Federal: funcionários públicos trabalhando menos

Vou tentar explicar mesmo sabendo que falharei miseravelmente: o contribuinte banca os escritórios públicos com ar condicionado, justamente para que os funcionários não trabalhem expostos ao calor. Porém, para evitar problemas de saúde causados pelo calor, o deputado quer tirar os funcionários de ambientes livres de calor para que eles não sofram com... o calor.

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Mas a ideia é tão boa que, além disso, poderá ainda significar economia aos cofres públicos: “Além de proteger a saúde dos alunos e servidores, a redução do expediente em dias de alta temperatura também pode representar uma economia de gastos para o Distrito Federal. Isso porque a redução do consumo de energia elétrica e de água pode gerar uma redução nas contas de consumo”, prevê o PL.

Ou seja, para o autor desta pérola, o que o funcionalismo público do DF produz não vale nem sequer o gasto de água e luz...

Mas, anime-se, caro leitor, pois o Estado brasileiro precisa de você. Afinal, se o “PL do calorão” for aprovado e outros estados calorentos resolverem copiar, essa será mais uma mamata que todos nós teremos de pagar. E, para isso, precisaremos de muita disposição para continuar trabalhando de sol a sol. 

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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