Que deselegante. A cantora Anitta, sem nenhuma necessidade aparente, respondeu assim, em um vídeo, ao ganhar de um fã um boneco da sorte, durante uma premiação dessas que, pelo visto, acontecem toda semana: "Ok, mas se me der azar hoje, vou enfiar no seu c*". O vídeo estava com mais de 15 mil likes no Twitter na manhã desta segunda (16).
Pois então. É com esse tipo de comentário “engraçado” ou “simpático” que temos de lidar hoje em dia. E não adianta reclamar ou esperar frases edificantes nas redes sociais. Pelo visto, a grosseria venceu, de forma retumbante, qualquer chance de civilidade, inteligência ou bons modos.
A vulgaridade tem se mostrado o melhor atalho para viralizar. Entre os caça-likes mais eficientes, encontra-se o bom e vetusto palavrão. Não bastassem os discursos de ódio, os cancelamentos, as fakenews, a exposição egocêntrica do próprio corpo, o cardápio da lacração é assim, rico em ingredientes tóxicos, sem nenhuma margem para um convívio saudável ou gentil.
Essa tática de aniquilamento da delicadeza não oferece recuos. Veio para ficar, é jogo jogado. Melhor saber disso e aceitar, que dói menos. Resta-nos torcer para que essa linguagem descolada não chegue à vida presencial. Se chegar, é bom abrir mão de antiguidades como dizer bom dia, com licença, por favor, obrigado. A resposta a gente já sabe qual seria.