O escritor, filósofo e linguista italiano Umberto Eco foi o primeiro a matar a charada e desvendar o segredo que vale zero centavo: “As redes sociais deram voz a uma legião de imbecis”. Faltou acrescentar: imbecis mal-educados e covardes. Que o diga Gkay, uma das mais recentes vítimas do fim do mundo que ocupa diariamente a internet.
A influenciadora digital (e humorista, atriz, youtuber – e o que mais couber nesses igualmente fúteis tempos) ficou irritadíssima ao ler posts desagradáveis sobre seu corpo, ferramenta de trabalho da moça, submetido a dezenas de intervenções cirúrgicas e estéticas.
Por que as pessoas têm de se expor cada vez dessa forma enlouquecida? Como isso se tornou impressionante fonte de renda? O que leva marcas e empresas a patrocinar esse mundo disléxico, anoréxico e apoplético? Por que é tudo tão hostil, grosseiro e desumano?
Para todas as perguntas, deixo aqui meu modesto e exausto “não sei”. Desconhecer onde começa e onde termina esse universo paralelo, contudo, não deveria ser impedimento para que todos os envolvidos se dessem ao mínimo respeito. Só que não. Piora.
A Gkay, milionária, bem-sucedida (no quê? Jamais saberemos), tem todo o direito de ficar indignada com a avalanche de impropérios a que foi submetida. Naquela linguagem típica da internet, com suas gramática e sintaxe próprias, a Gessica Kayane Rocha de Vasconcelos vaticinou: "DEIXA EU SER FEIA EM PAZZZZZZZ AAAAAAAAAAAAAAAAAAA".
Eu deixo. Mas o público fiel da Gkay, os seus quase 20 milhões de seguidores, essa legião de gente que justifica e alimenta a fortuna amealhada pela “influencer”, esse mutirão todo não vai te deixar em paz, não, querida. Faz parte. Lamento por tantos imbecis.