Águia de Ouro canta Dorival Caymmi e faz desfile à altura do poeta cancioneiro
Após atrasar em 2013, escola cuidou de todos os detalhes na avenida
Águia de Ouro|Thiago Calil, do R7
Para se fazer um desfile com a grandiosidade que o Carnaval de São Paulo pede é preciso o investimento de muito dinheiro. E é por isso, a necessidade do patrocínio, que muitas vezes se vê enredos que não se entende ao certo de onde veio. Mas o Carnaval paulistano reserva boas surpresas, como a homenagem a Dorival Caymmi da Águia de Ouro, um enredo ligado à cultura nacional.
A escola da Pompeia, aliás, vem em uma sequência de grandes desfiles. Em 2012, a escola cantou a tropicália. No ano passado, conseguiu seu melhor resultado (3ª posição) com João Nogueira. Em 2014, a agremiação lembrou o centenário de um dos maiores poetas cancioneiros do Brasil.
A relação do músico com o mar veio na comissão de frente, que simbolizava Dorival Caymmi ainda criança. As águas da orla baiana vieram com todos seus encantos no abre-alas.
A bateria comandada por Mestre Juca foi um dos destaques da agremiação. Os ritmistas brincaram e dançaram na avenida, enquanto tocavam, empolgavam com paradinhas e faziam referências à batida da Surdo Um, da Mangueira.
A escola carioca, aliás, a preferida de Caymmi, foi homenageada na última alegoria. O músico foi enredo da verde e rosa em 1986 e garantiu o título a agremiação. O carro também trazia uma gigante alegoria de Dorival, com 16 metros de altura.
Não faltaram referências às obras do músico baiano homenageado, como os jangadeiros, Mãe Menininha e o Samba da Minha Terra.
O samba da escola da Pompeia funcionou e levantou o sambódromo. Os componentes da agremiação cantaram o hino o tempo todo.
Se em 2013, o que tirou o campeonato da Águia de Ouro foi o estouro de um minuto no tempo máximo de desfile, neste ano a escola não deu bobeira e terminou seu desfile com tranquilidade. Homenagem mais do que merecida.