Memorial do Futuro Recente faz nova temporada no Teatro Cacilda Becker de 21 a 24 de novembro
O espetáculo tem direção de Nelson Baskerville, dramaturgia de Diones Camargo e o ator Thiago Brianti no elenco. O texto retrata uma...
Cartão de Visita|Do R7
O espetáculo tem direção de Nelson Baskerville, dramaturgia de Diones Camargo e o ator Thiago Brianti no elenco. O texto retrata uma existência marcada por abandono, perda, luto e pelos horrores do regime militar Um questionamento filosófico sobre o conceito de memória a partir de uma ferida aberta nacional, a ditadura civil-militar brasileira, é o que propõe o solo Memorial do Futuro Recente, com direção de Nelson Baskerville e atuação de Thiago Brianti. O espetáculo tem nova temporada no Teatro Cacilda Becker, entre 21 e 24 de novembro. O texto tem como principal inspiração, de acordo com o dramaturgo Diones Camargo, uma matéria sobre crianças sequestradas pela ditadura militar que foram obrigadas a presenciar seus pais sendo violentamente torturados pelos agentes da repressão. Tais horrores vivenciados em cativeiro causariam nelas traumas psicológicos severos, levando algumas até mesmo ao suicídio, anos depois. “Esses relatos de horror e desumanidade que atestam a perversidade do Estado e de todos os envolvidos com a ditadura no Brasil se tornou a faísca para que eu imaginasse a trajetória fictícia desse menino desde seu nascimento - período este que coincidiria com a instauração do regime de exceção no país com o Golpe de 1964 até seu término em 1985, com a redemocratização”, explica o autor. A peça fala justamente dessa existência marcada por abandono, perda, luto e pelos horrores de uma Ditadura Militar que perseguia, torturava e apagava qualquer traço de humanidade daqueles que insistiam em confrontá-la. Um trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos de uma voz inconformada que, apesar de tudo, ainda insiste em se lembrar. “Acreditamos que os culpados pelos crimes tenham de ser punidos pela lei. Mas em paralelo, acho que a cultura e a arte não podem parar de falar da ditadura, suas causas e efeitos. Trabalhar o tema artisticamente é uma das formas de abordar o problema nas consciências individuais, lembrar do que não pode ser esquecido, dar voz às vítimas e aos seus familiares e ainda tocar de maneira subjetiva, como só a arte consegue”, comenta o ator Thiago Brianti, que revela ser este o primeiro monólogo de sua carreira. Já a encenação, antecipa Nelson Baskerville, é bem fiel à dramaturgia. “Como se trata de um memorial, estamos resgatando a história do personagem através de fotografias, vídeos e áudios originais da ditadura como, por exemplo: a implementação do AI 5. Além disso sua memória também será resgatada através dos desenhos que o personagem teria feito quando criança”, esclarece. “O Teatro de Arena e o Teatro Oficina foram, até serem proibidos, um grande aliado da reação ao golpe de 64. Acredito que o teatro poderia formar toda uma geração consciente das violências que vivemos”, afirma o diretor. Ficha Técnica Idealização: Nelson Baskerville e Thiago Brianti Dramaturgia: Diones Camargo Direção: Nelson Baskerville Diretora Assistente e Colaboração Criativa: Anna Zêpa Atuação: Thiago Brianti Cenário: Nelson Baskerville Ilustrações do Cenário: Nelson Baskerville Pintura da Lona: Eluzai Goulart - ZUZA Aderecista Banheira: Ludoviko Bütcher Figurino: Marichilene Artisevskis Desenho de Luz: Felipe Tchaça Direção Musical: Daniel Maia Direção de Imagem e Vídeomapping: André Grynwask e Pri Argoud [Um Cafofo] Operação de Som: Gabriel Müller Operação de Luz: Felipe Tchaça e Paula Selva Operação de Vídeo: Allyson Lemos Assessoria de Imprensa: Pombo Correio Diagramação e Filmagem: João Paulo Melo Redes Sociais: May Nimmy Fotos: Jennifer Glass Direção de Produção: Iza Marie Miceli Realização: ADAAP - Associação dos Artistas Amigos da Praça Sinopse No corredor das memórias esquecidas, uma criança cujos pais foram torturados, volta já adulto aos porões da ditadura. Seu corpo fora do tempo percorre o trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos da voz inconformada que, apesar de tudo, insiste em se lembrar. Diante dos olhos fechados dos interlocutores, sua história familiar se confunde com um período sombrio da História do Brasil. Um memorial da existência marcada por abandono, perda, luto e pelos horrores de um regime de exceção. Serviço Memorial do Futuro Recente, de Diones Camargo Direção: Nelson Baskerville Classificação: 16 anos Duração: 70 minutos Teatro Cacilda Becker Endereço: Rua Tito, 295 - Lapa, São Paulo Temporada: 21 a 24 de novembro De quinta a sábado, às 21h, e no domingo, às 19h Ingressos: Gratuito Capacidade: 198 lugares
Créditos: Jennifer Glass