Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Entretenimento – Música, famosos, TV, cinema, séries e mais

A vida de bailarinas cegas na tela do cinema

'Olhando para as Estrelas’, de Alexandre Peralta, mostra como vencer barreiras e realizar sonhos

Cinema|Karla Dunder do R7

Superação: Geysa realizou o sonho de dançar, mesmo sendo cega
Superação: Geysa realizou o sonho de dançar, mesmo sendo cega

Geysa Pereira da Silva é bailarina, dança há 22 anos e é uma das protagonistas do documentário Olhando para as Estrelas, do diretor Alexandre Peralta, em cartaz nesta sexta, 7, às 21h, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo.

Em Olhando para as Estrelas, Peralta mostra com sensibilidade a rotina de Geysa e Thalia, respectivamente professora e aluna da Associação Fernanda Bianchini, uma escola especializada em ensinar balé para cegos.

— As equipes me acompanhavam o dia todo, me senti uma estrela — brinca Geysa. Saio de casa às 5h30 da manhã e a produção já estava no portão com as câmeras. Até hoje o motorista do ônibus brinca comigo e diz que sou sua bailarina favorita.

Antes mesmo de conhecer a dança clássica, Geysa, que nasceu no sertão de Pernambuco, sempre sonhou em ser bailarina, mas enfrentava a barreira financeira.


— Onde morava só havia forró e meu pais não tinham condições de pagar uma escola de dança para mim. Sempre sonhei com o balé, mas era algo impossível.

A menina sofria com um problema nos olhos e quando a situação se agravou, a família mudou para São Paulo em busca de tratamento adequado.


— Ao perder a visão, pensei que jamais realizaria o sonho de ser bailarina, mas foi justamente o contrário. Aos 10 anos de idade, eu conheci o trabalho da Fernanda Bianchini. Hoje sou bailarina e professora de balé. Dancei em diferentes palcos do Brasil e pelo mundo, até na Alemanha eu me apresentei.

Fernanda desenvolveu uma técnica específica para ensinar o balé para pessoas com deficiência visual. Tudo começa com o toque. Fernanda faz a posição do balé, as meninas tocam nela e depois reproduzem o movimento. Com treino, ganham segurança e aprendem a se posicionar no palco.


O trabalho de Fernanda começou com dez meninas e hoje atende a mais de 300 pessoas, inclusive cadeirantes. Essa luta diária, sem patrocínio ou apoio, também é retratada no filme. O documentário levou 4 anos para ficar pronto. Começa nos preparativos para o casamento de Geysa e termina com o nascimento de seu filho, Lucas. A outra protagonista é Thalia, uma menina que vivia os dilemas de adolescente e a busca por mais autonomia.

Olhando para as Estrelas teve a premier no Festival de Cinema de Los Angeles e participou da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2016.

— Retratamos a complexidade da vida das pessoas, em especial de Geysa e Thalia, que passavam por mudanças importantes em suas vidas. Essas histórias nos mostraram como a paixão por aquilo que se vive e faz é capaz de trazer felicidade. Aprendemos que os maiores desafios vão muito além do que está na superfície, no caso delas, é a cegueira, diz o diretor Alexandre Peralta.

A exibição conta com a audiodescrição por meio do aplicativo gratuito MovieReading, disponível para smartphones e tablets. Para ter acesso a ele, é necessário fazer o download do aplicativo no dispositivo móvel e baixar também os arquivos referentes ao filme. No início da sessão, o aparelho deve ser sincronizado com o documentário. Pedimos que não esqueçam os fones de ouvido. O filme tem legendas em português.

Serviço:

Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer

Av. Pedro Alvares Cabral, s/n – Portão 2 do Parque do Ibirapuera (Entrada para carros pelo Portão 3)

Capacidade: 806 lugares

Fone: 11.3629-1075

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.