Análise: vida e obra de Brigitte Bardot mostram como as pessoas podem ser complexas
Lello Lopes, colunista de cinema e editor do R7, discute legado da atriz, da importância para as mulheres no cinema às polêmicas do fim da vida
Cinema|Do R7
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A atriz francesa e ícone do cinema Brigitte Bardot morreu aos 91 anos. Segundo as informações da sua fundação, ela teria sido hospitalizada e submetida a uma cirurgia, mas as causas da morte ainda não foram reveladas.
Em entrevista ao Hora News, o colunista de cinema e editor do R7 Lello Lopes argumentou que a história da atriz alavancou uma expressão para a representação da mulher nas décadas de 1950 e 1960.
“Ela fez poucos filmes, se aposentou com cerca de 39 anos, então ela fez cerca de 50 filmes. No imaginário popular ela é o exemplo de mulher livre [...] Então assim, ela está no cinema, mais pela visão que teve, e pela sua personificação do tipo de mulher que estava surgindo”, enfatiza o especialista
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Com 15 anos, ela entrou para a jornada do cinema, mas foi com 22 que sua atuação se destacou ao contracenar no filme E Deus Criou a Mulher, produzido pelo então se marido. Lello ainda afirma que Brigitte quis se aposentar devido à vida cansativa que o cinema lhe proporcionava, repleta de assédio. Com isso, a atriz se voltou para o ativismo da causa animal, criando a Fundação Brigitte Bardot (1986).
“Ela ajudou a mostrar um novo tipo de moda, um novo jeito de ser, com um cabelo dela sempre meio despenteado, um jeito meio despojado [...] Ela fez um filme chamado Menina — a Moça Sem Véu (1952) — e ela usava biquíni, ajudando a popularizar o biquíni na Europa. Então ela foi servindo de exemplo para, principalmente, as mulheres europeias”, diz o colunista.
Em 1960, Brigitte Bardot iniciou um relacionamento como um marroquino-brasileiro e decidiu descansar e se afastar das telonas ao se mudar para Búzios, no estado do Rio de Janeiro.
“Ela fez com que Búzios fosse reconhecido no mundo. Tanto que hoje tem uma estátua dela em Búzios, e tem a orla que se chama orla Brigitte Bardot”, enfatiza o especialista.
Apesar de ter um legado artístico renomado, a atriz se envolveu em algumas polêmicas nos últimos anos de sua vida, como no livro que escreveu sobre o filho e declarações sobre religião. Ela também chegou a ser acusada de racismo.
Para Lello, a postura conservadora fora das telas parece um contrassenso para quem foi um ícone liberal, mas exemplifica a complexidade que alguns artistas expõem quando confrontadas vida e obra.
“A gente pode deixar essa última parte da vida dela, essas polêmicas, um pouco de lado. E se for pensar no legado artístico dela, pensar nesse legado do cinema e também ver como a vida das pessoas são complexas. Ela como uma pessoa cinematográfica de um jeito, um pensamento de outro, tudo muito complexo, acho que isso dá para levar da vida dela também”, conclui.
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