Carlos Saura morre, aos 91 anos, um dia antes de ganhar o 'Oscar do cinema espanhol'
Cineasta seria agraciado com um prêmio especial do Goya neste sábado (11)
Cinema|Do R7
O cineasta espanhol Carlos Saura morreu nesta sexta-feira (10), aos 91 anos, em Madri, um dia antes de receber um Goya (o equivalente ao Oscar na Espanha) honorário na cerimônia de entrega de prêmios da Academia de Cinema espanhola, que confirmou a sua morte.
Nascido em 1932, em Huesca, no norte da Espanha, Saura é autor de filmes lendários como A Caça (1966), A Prima Angélica (1974), Cría Cuervos (1976) e Carmen (1983).
O cineasta seria homenageado neste sábado com o Goya de Honra na cidade de Sevilha, por "ter moldado a história do cinema espanhol moderno" e pela "sua extensa e altamente pessoal contribuição para a história do cinema espanhol desde o final dos anos 50 até hoje".
Segundo fontes da família de Saura, cuja saúde tinha se agravado nos últimos oito dias desde a queda sofrida em setembro do ano passado, o cineasta pôde se despedir da família e dos amigos e deixou "tudo organizado" porque queria morrer em casa.
Por esta razão, e no "desejo expresso" do diretor, seus filhos, Anna e Antonio, foram a Sevilha para receber o prêmio em seu nome. Apesar do seu estado de saúde, Saura estreou o seu último trabalho há poucos dias, o documentário Las Paredes Hablan.
Por ocasião desta estreia, em declarações à Agência EFE, o cineasta afirmou que a primeira coisa que viu na sua vida foram os filmes de Walt Disney e explicou, em referência ao seu último trabalho, que "a arte e a criação da arte fazem parte da essência do ser humano, por mais que os anos passem, por mais que os tempos ou a moda mudem".
Quanto à sua memória sobre a razão pela qual decidiu se dedicar ao cinema, Saura disse à EFE que em sua casa, "na medida do possível", as artes eram fomentadas porque a sua mãe era pianista, "embora ela nunca quis que nenhum dos filhos se dedicasse a isso, porque era muito difícil".
"Pouco a pouco fui me desenvolvendo como fotógrafo, fui ao festival de Granada como fotógrafo oficial, e foi quando comecei a me mover no mundo, mas nunca teria imaginado dirigir mais de cinquenta filmes, dirigir ópera, teatro, realizar exposições de fotografia, publicar romances", acrescentou.