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Com romance gay e nu frontal, Wagner Moura lança Praia do Futuro: “O Brasil é um país conservador”

Conhecido por Capitão Nascimento, ator é salva-vidas que larga tudo por um grande amor

Cinema|Nathalia Ilovatte, do R7

Jesuita Barbosa, Wagner Moura, Karim Ainouz e Clemens Schick em entrevista sobre Praia do Futuro
Jesuita Barbosa, Wagner Moura, Karim Ainouz e Clemens Schick em entrevista sobre Praia do Futuro

Praia do Futuro, protagonizado por Wagner Moura, Jesuita Barbosa e o alemão Clemens Schick. Wagner, que despontou no cinema como o Capitão Nascimento de Tropa de Elite, interpreta um personagem que, segundo ele, é o mais parecido com o policial desde então: um bombeiro salva-vidas da Praia do Futuro, em Fortaleza.

Donato leva uma vida livre e sossegada diante do mar, mas passa por uma reviravolta depois de não conseguir salvar um turista que se afogava. Ao dar a notícia da morte ao amigo do turista, o alemão Konrad, os dois se aproximam e logo começam um romance intenso.

Apaixonados e entregues, passam dias juntos nas areias de Fortaleza. Quando Konrad retorna a Berlim, Donato deixa a mãe e o irmão pequeno na Praia do Futuro e viaja com o namorado.

Não é um filme sobre homossexualidade


Embora questões sobre a aceitação e homofobia possam surgir entre os espectadores, o filme deixa os entraves de se assumir gay em aberto. Em momento algum é explicado se a mãe de Donato sabe do romance, se aceita, e se o salva-vidas descobriu-se homossexual no momento em que se encantou por Konrad.

Preconceito e questões políticas envolvendo homossexualidade são deixados de lado no filme de Karim Ainouz, e o romance de Donato e Konrad é retratado com sensibilidade, mas também com grande naturalidade. Fica claro, desde o princípio, que Praia do Futuro não é um filme sobre descobrir-se gay, ou assumí-lo, mas sobre coragem, identidade e transformação.


Em coletiva de imprensa realizada em São Paulo nesta terça (06), os atores se mostraram incomodados com a insistência nas perguntas sobre as cenas de sexo e a preparação para os personagens gays. Clemens Schick disse desejar que um dia interpretar um homossexual seja tratado com mais naturalidade.

— Nós vivemos em um mundo em que ser gay não é normal, e existe uma redução na pergunta sobre o que é fazer um personagem gay. Porque nunca perguntam como nos preparamos para o papel de um heterossexual. Eu tenho muitas cenas de sexo na minha carreira, e essa não é a coisa mais difícil de fazer, para um ator.


Questionado sobre uma possível polêmica, Wagner Moura disse não se importar se as cenas de sexo serão bem aceitas pelos fãs de Tropa de Elite.

— A resposta honesta é: tanto faz. Mas se eu acho que vai haver… O Brasil é um país conservador e é claro que eu me tornei um ator popular e conhecido. A ideia de que um homossexual não pode ser viril, não pode ser um heroi, andar de moto, é preconceituosa.

O elenco enfatizou que Praia do Futuro é muito mais do que o romance gay que o conduz. O filme é por vezes silencioso, pensativo e deixa ao espectador as respostas para detalhes e consequências de ações dos personagens. O diretor, Karim Ainouz, disse ter considerado importante construir um filme em que todas as descobertas do protagonista começam em uma perda. No caso, a morte do turista por afogamento, que abalou o salva-vidas.

— É um filme melancólico, sobre pessoas “estar no mundo arde”. Se está tudo bem tem algo errado. O mundo é um lugar incrível, mas um lugar que dói. E acho que o filme tem esse tom mesmo. É um filme que fala sobre raiva e tristeza. É uma grande história de amor, desencontro, paixão absoluta, e também vira um filme sobre um acerto de contas.

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