'Do Not Split' exibe liberdades cada vez menores da China, diz diretor
Indicado ao Oscar, o documentário do cineasta norueguês Anders Hammer fala sobre os protestos de 2019 em Hong Kong
Cinema|Do R7
A decisão de Hong Kong de não transmitir o Oscar deste ano só atraiu mais atenção global à sua luta pela democracia, disse o diretor de Do Not Split, documentário sobre os protestos de 2019 na cidade que concorre na premiação cinematográfica.
A emissora aberta TVB, que exibe o Oscar desde 1969, disse que não transmitirá a cerimônia deste ano por motivos comerciais.
A decisão do canal aumentou as preocupações com a redução de liberdade em Hong Kong, que tem adotado um caminho autoritário desde que a China impôs uma lei de segurança nacional abrangente no ano passado em reação às manifestações muitas vezes violentas de 2019.
O cineasta norueguês Anders Hammer disse à reuters em uma entrevista que acredita que a decisão teve motivação política, mas que ajuda a atrair ainda mais atenção global a Hong Kong -- o objetivo principal de seu documentário, para começo de conversa.
"É triste que o Oscar esteja sendo censurado em Hong Kong de modo que as pessoas não possam vê-lo, como fizeram durante 52 anos na TV normal", disse Hammer em uma videochamada de Oslo, onde estará durante a premiação por causa da pandemia.
"De certa forma, nosso documentário se tornou parte da história contada no filme, que é como o espaço para a liberdade de expressão e de imprensa e outros direitos democráticos básicos está desaparecendo em Hong Kong."
Em um email de resposta a perguntas, a TVB disse que "foi uma decisão puramente comercial" não transmitir o Oscar neste ano e não quis fazer outros comentários.
O governo de Hong Kong não respondeu a um pedido de comentário. O Oscar ainda poderá ser visto em Hong Kong pela internet.