Mulher observa os sapatos usados em O Mágico de Oz numa exposição em 2012
BEN STANSALL/AFP - 17.10.2012Um americano será julgado pelo roubo dos icônicos sapatos de cor rubi usados por Judy Garland no clássico do cinema O Mágico de Oz, lançado em 1939. O indiciamento de Terry Martin foi anunciado pelas autoridades federais do estado de Dakota do Norte na quarta-feira (17).
Os famosos sapatos de lentejoulas cor rubi brilhante desapareceram misteriosamente em 2005 do Museu Judy Garland, na cidade de Grand Rapids, em Minnesota, onde a atriz nasceu.
Depois, em 2018, e graças ao FBI, o famoso calçado reapareceu, um dos quatro pares usados durante a gravação do famoso filme da década de 30.
Com o passar dos anos, a recompensa oferecida para quem encontrasse os sapatos foi crescendo, até o ponto em que um mecenas propôs US$ 1 milhão (quase R$ 5 milhões, na cotação atual). Os promotores de Dakota do Norte avaliam o par hoje em US$ 3,5 milhões (pouco mais de R$ 17 milhões).
Dois elementos principais explicam o status de quase relíquia destes sapatos: a veneração dos americanos por Judy Garland, lendária atriz e cantora que saltou à fama mundial aos 17 anos e morreu de forma trágica aos 47; e a importância de O Mágico de Oz no imaginário coletivo dos EUA, particularmente para as gerações das décadas de 1940 e 1950.
No filme musical adaptado do romance infantil homônimo, Dorothy, a jovem heroína, dá três batidinhas com os calcanhares de seus sapatos para realizar seu sonho mais querido: voltar para casa, no Kansas.
Os promotores não detalharam a acusação contra Terry Martin. Mas, segundo o jornal Star Tribune, de Minneapolis, o suspeito vive a cerca de 20 quilômetros do Museu Judy Garland, de onde os sapatos foram roubados em 2005, depois que o vidro que os protegia foi quebrado.
Ao receber um telefonema do jornal, o homem de 76 anos disse: "Tenho que ir a julgamento. Não quero falar com vocês".
Outro par dos sapatos de cor rubi está em exposição no Museu Nacional de História Americana em Washington, que arrecadou mais de US$ 300 mil em 2016 (pouco mais de R$ 1 milhão, na cotação da época) em uma campanha de financiamento participativo para devolver aos objetos seu brilho de outrora.