Entretenimento Das ruas para as páginas: artista prepara lançamento de livro sobre projeto de poesia em ladrilhos

Das ruas para as páginas: artista prepara lançamento de livro sobre projeto de poesia em ladrilhos

Fernanda Moreira lançará 'Mar é sempre beira pra quem tem medo de fundo' com frases e reflexões, no dia 15 de agosto

Resumindo a Notícia

  • Fernanda Moreira prepara o lançamento de um livro do projeto 'Ladrilha'
  • Azulejos com poesias são espalhados pelas ruas de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro
  • Em entrevista ao R7, Fernanda revela de onde surgiu a ideia para desenvolver o projeto
  • Segundo a artista, ela quer levar afeto para as pessoas que estão passando
Fernanda Moreira lançará livro de projeto que começou nas rua do Rio de Janeiro

Fernanda Moreira lançará livro de projeto que começou nas rua do Rio de Janeiro

Montagem R7/Divulgação/Pri Pach

Colocar um pouco de poesia nos caminhos cotidianos das pessoas é a base do projeto Ladrilha, da artista Fernanda Moreira. 

A iniciativa, criada em 2017, consiste em colocar azulejos com poemas e frases espalhados por lugares públicos em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. 

Em entrevista ao R7, Fernanda falou sobre a ideia de transformar o projeto em um livro. Com o título Mar é sempre beira pra quem tem medo de fundo, a publicação será lançada em 15 de agosto.

"A Ladrilha é um projeto que nasceu na rua, ganhou força na internet. Ainda estou sentindo isso: esse formato novo vindo. O livro, pra mim, é a materialização de um trabalho que venho construindo em cinco anos. É, acima de tudo, um sonho realizado. Ainda nem acredito, acho", celebrou a artista.

Ela detalhou de onde surgiu a inspiração para criar o Ladrilha: "A ideia nasceu da vontade de ter um material, físico, que guardasse parte do que escrevi durante o período de 2012 a 2022. Coisas feitas antes mesmo da Ladrilha nascer. A rua sempre vai ser minha plataforma, o lugar onde escolhi me comunicar, e poder trabalhar com outras possibilidades me traz muitos ganhos, me amplia e me extende. A palavra pode estar em qualquer lugar. A literatura também". 

Fernanda revelou que sempre quis se expressar também fora do meio digital, além das redes sociais. Segundo ela, o desejo era mostrar seu trabalho de forma orgânica: "Criar um projeto no qual pudesse registrar minha palavra, a palavra de uma mulher, da forma mais democrática possível. Ser lida ali, diante de uma parada no sinal, diante de um caminho até o trabalho. Proponho com a Ladrilha, é o desejo do meu coração, levar um pouco mais de carinho e afeto para as ruas e para quem estiver passando, seja quem for". 

A artista explicou que o diálogo com os seguidores na web deu forças para alimentar a ideia do livro. Fernanda também citou quem quer atingir com este lançamento: "O público que já me segue no instagram tem se mostrado ansioso, tenho uma comunidade forte online, e interajo bastante com as pessoas que me escrevem. Acho que qualquer pessoa que se interesse por história, por afeto, por poesia [vai gostar do livro]".

No início do Ladrilha, Fernanda não conhecia a forma correta de escrever as frases nos azulejos e chegou a usar esmalte de unhas por cima de caneta comum, para tentar fixar a tinta. Cinco anos depois, ela aprendeu novas técnicas de arte e revela coisas que mudaram com o tempo, inclusive a venda de peças exclusivas: "Minha responsabilidade com o projeto [foi algo que mudou]. Desde o início entendi que o que se escreve tem peso e eu preciso saber o que fazer com ele. Também o meu envolvimento estratégico com isso, a forma como cuido do perfil, no Instagram. Agora, a Ladrilha também é comercializada. Isso nunca foi pensado, no início, mas veio com demanda, com o pedido das pessoas para ter uma peça em casa". 

Detalhista, Fernanda pensou em como queria a capa do livro. Para isso, começou uma busca por um muro específico: "Sabia as cores que queria pra capa: azul claro e branca. A missão foi encontrar um muro que tivesse esse tom de azul. Quis ser o mais realista possível, já que é um projeto onde ocupo muros da cidade. Consegui achar a cor ideal, graças a uma amiga que se lembrou que, na Rua Barão de Guaratiba, na Glória [bairro do Rio de Janeiro] existia uma casa com essa cor. Fui superacolhida pelo dono da casa, ele adorou a ideia na hora". 

A artista ainda refletiu sobre arte nas ruas das cidades: "Temos muitas artes e muitos artistas incríveis. Não acho que falta arte, falta reconhecimento para esses artistas. Grafite, pixo, lambe… são todas manifestações legítimas de arte. A rua é a verdadeira galeria. De todos e pra todos".

Ela finalizou a conversa deixando um gostinho de "quero mais" para quem acompanha e curte seu trabalho: "Tenho muitos sonhos. O livro é só o começo". 

Lançamento do livro Mar é sempre beira pra quem tem medo de fundo
Quando:
15 de agosto
Horário: A partir das 19h
Onde: Rua Maria Angélica, 171 - loja B - Jardim Botânico, Rio de Janeiro - RJ

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