Atores falam sobre as qualidades de Paulo Goulart

Generosidade. Essa foi uma das qualidades de Paulo Goulart mais citada por seus colegas de trabalho durante o velório do ator no Theatro Municipal de São Paulo, entre o final da noite de quinta-feira (13) e a madrugada desta sexta-feira (14).

O ator Ary França, que atuou na peça Mãos ao Alto, São Paulo!, escrita por Goulart, falou que recebeu “lições generosas” do marido de Nicette Bruno durante o tempo em que conviveu com ele:

— O Paulo sempre tinha uma dica para dar para a gente. Ele era muito generoso e aberto para lidar com os colegas. Era uma pessoa muito doce. Generosidade é o que define o Paulo em uma só palavra.

Vizinho de Goulart no Rio de Janeiro, onde moravam no mesmo prédio, Ney Latorraca também lembrou do relacionamento do ator com os amigos:

— (O Paulo) vai fazer uma falta muito grande. Por causa da generosidade, do carinho e, principalmente, do amor que ele tinha pelos colegas.

O ator Juca de Oliveira disse que havia perdido um “grande irmão” e destacou a gentileza como uma das principais virtudes do amigo:

— O Paulo, além de ser um dos mais excepcionais atores de teatro, televisão e cinema, era uma pessoa que se distinguia pela sua gentileza. Quando ele chegava perto da gente e sorria, a vida imediatamente ficava boa. O Paulo é a prova de que o homem deu certo.

Com os olhos marejados, o ator João Acaiabe, bastante conhecido do público por sua interpretação como o Tio Barnabé no Sítio do Picapau Amarelo, mal conseguiu falar sobre Goulart:

— O Paulo era meu amigo, uma pessoa muito especial. Era meu padrinho de casamento.

Também abalado com a morte do amigo, o ator Humberto Magnani ressaltou a humildade e a religiosidade de Goulart como características formadoras de seu caráter:

— O Paulo nos dá a percepção de que a gente pode ser um artista bom e também uma pessoa boa, útil para a sociedade e para os colegas.