Resumindo a Notícia
- Ingrid Silva conta que sofreu racismo nos Estados Unidos
- Bailarina contou que um americano supôs que ela era faxineira durante uma conversa
- 'Por eu ser uma mulher preta, foi isso ao que ele me associou', disse
Ingrid Silva conta que sofreu racismo nos Estados Unidos
Reprodução/InstagramA bailarina Ingrid Silva disse que sofreu racismo nos Estados Unidos. Ela contou que está na cidade de Filadélfia para uma apresentação e aproveitou para conhecer a cidade com a família. A artista disse que o caso de preconceito aconteceu durante um passeio no parque, quando um americano percebeu que ela é brasileira e começou uma conversa em português.
Ingrid falou que o homem perguntou se ela morava na cidade e disse que ele supôs que ela é faxineira quando sobe que ela está lá a trabalho. "Ele falou assim: 'Cleaning? Faxineira?'. Quando ele falou isso, ele me pegou de um jeito, tipo assim, choque. Em 14 anos morando em Nova York, nunca conversei com alguém que simplesmente assumisse, por eu ser uma mulher preta, que eu estaria limpando, ou verbalizasse isso. Nada contra as pessoas que limpam, de jeito nenhum, a minha mãe foi empregada doméstica, mas nunca achei que ninguém iniciasse uma conversa dessa forma", contou.
A artista respondeu que é bailarina clássica e disse que o homem ficou surpreso com a resposta. Ela falou que, pelo jeito como a conversa começou, tinha tudo para dar certo, até que ele teve a fala preconceituosa e depois ela foi embora porque o marido já estava se afastando do local, pois não tinha percebido o que aconteceu.
"É tudo estruturado para que as pessoas pretas não possam crescer ou, quando elas crescem, elas não são vistas dessa forma. A conversa tinha tudo para dar certo, ele poderia ter perguntado o que eu faço", disse.
A bailarina contou que estava com a filha Laura, que tem a pele mais clara do que a dela, e acredita que o homem deve ter pensado que ela era babá da menina. "Ele nem deve ter associado que eu era mãe dela. Ele deve ter pensado: 'Ah, ela é babá. Ela não é mãe da criança'. O racismo é algo tão sutil, tão avassalador e escroto que desestrutura toda uma estrutura."
"Pessoas brancas, estudem, se eduquem e parem de falar essas merdas. A gente está cansado de ouvir essas merdas. Isso é para você ver que, mesmo eu chegando no patamar que cheguei e trabalhando com o que eu trabalho hoje em dia, tudo que eu represento, obviamente ele não sabia quem eu era, por eu ser uma mulher preta, foi isso ao que ele me associou", concluiu Ingrid Silva.