Bastidores de 'Jezabel' revelam equipe orquestrada para nova série
No Polo Cinematográfico de Paulínia, no interior de São Paulo, presente e passado se encontram para garantir sucesso da macrossérie da Record TV
Famosos e TV|Aurora Aguiar, do R7

Presenciar dois homens israelitas de 830 a.C. matando a sede em um bebedouro plástico e outro teclando mensagens em um celular de última geração é no mínimo espantoso para quem está em pleno século XXI. No entanto, não há nada de errado. O R7 somente acompanhou os bastidores de um dia de gravações de Jezabel, a nova macrossórie da Record TV, que estreia dia 23 de abril. As cenas externas foram todas gravadas no deserto do Marrocos, na África. Já no Brasil, os episódios internos da trama estão sendo rodados nos estúdios do polo cinematográfico da cidade de Paulínia (SP).
Lá, o que se vê pelos largos corredores do local, divido em alas (azul, amarela e vermelha), é uma grande circulação de atores, figurantes, produção. Tudo muito bem orquestrado para que os 80 capítulos redigidos pela escritora Cristianne Fridman, com direção geral de Alexandre Avancini, vá ao ar.

"O maior desafio de se fazer um projeto épico e bíblico como o de Jezabel é a pesquisa histórica, que tem que ser bem aprofundada. É uma história de quase 3 mil anos, então, precisamos ser fiéis, fazer com que os atores, por exemplo, se pareçam com personagens históricos, não apenas no figurino, mas na forma de falar e de se comportar", explicou João Paulo Bertini, figurinista chefe da macrossérie. Bertini calcula que, até o momento, a equipe dele já produziu cerca de 12 mil peças, entre roupas, sapatos, joias e coroas para os personagens.

Os cuidados da produção vão além. Em cena, nada de comida cenográfica. Os alimentos que aparecerão nas referições durante a trama, como frutas, caldos, peixes, carnes e grãos, são todos reais. Muito antes da era do bafômetro, o álcool era sagrado para os antepassados. Na antiguidade, se bebida muito vinho e cerveja preta. Para isso, o suco de uva e a cerveja preta - sem álcool- entram em cena e complementam o cardápio de Jezabel.
Henri Pagnoncelli, interprete do israelita Emanuel, comentou sobre o sucesso que a Record TV tem tido em produzir tramas bíblicas. "Acho muito legal a emissora ter pego esse nicho. Já fiz algumas (novelas) e a gente nota a melhora em termos de texto, em termos de ideias. Você precisa ter os conflitos, os amores e tal, que faz parte de uma história, e com esse fundo bíblico, agrada muito o público. E já mostrou isso em termos de audiência".

Eduardo Lago, outro veterano na dramaturgia brasileira, com 37 anos de carreira, reforçou. "Tenho uma satisfação muito grande de fazer, porque são personagens ricos e desafiadores e histórias muito boas", contou.
Em um dos intervalos das gravações, conseguimos conversar com a protagonista Lidi Lisboa. É ela quem dá vida a Princesa fenícia e primeira sacerdotisa de Aserá, filha do rei Etbaal, rei dos sidônios, Jezabel. Naquele dia, a atriz estava com 18 cenas para gravar. "Estou trabalhando muito, nunca achei que fosse trabalhar tanto".
Questionada porque o público deveria conhecer a história de sua personagem, Lidi é direta. " Ela sofreu muito, então, precisou escolher ir para um lado doloroso de embate com as pessoas. Ela não foi muito pelo lado do amor, do acolhimento, optando por esse caminho, que nem sempre é o mais interessante, porque ela faz muita maldade", revela.
