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Deborah Secco: "Sou uma atriz que enche o saco"

A musa da TV fala o que a motivou a trabalhar como produtora de seu novo filme, "Boa Sorte"

Famosos e TV|Alvaro Leme, colunista do R7


Deborah, em "Boa Sorte": papel de soropositiva usuária de drogas mostra lado mais denso da atriz
Deborah, em "Boa Sorte": papel de soropositiva usuária de drogas mostra lado mais denso da atriz

Deborah Secco quer ser séria. Explico: ainda que, ao longo de 26 anos de carreira, ela tenha encarnado personagens bastante variados, o grande público costuma se lembrar mesmo é de seus papéis de maior carga sexual – pode testar, pedindo a um punhado de amigos para citar alguns, e você ouvirá falar em Bruna Surfistinha, Natalie Lamour e similares. Assim, como já aconteceu a outras atrizes muito bonitas que se desdobraram para mostrar que têm outros atributos a oferecer, ela está determinada a fortalecer o que chama de carreira “mais autoral”.

Nesse sentido, Deborah deu um salto importante com o filme “Boa Sorte”, de Carolina Jabor, exibido pela primeira vez ontem à noite, no festival de cinema de Paulínia. No drama, adaptado de um conto de Jorge Furtado, vive uma soropositiva, usuária de todo tipo de droga e internada numa clínica de reabilitação. Ela está feia nas cenas? Não, apesar de usar maquiagem beeem discreta, que em alguns casos até realça olheiras, e de ter emagrecido onze quilos para o trabalho – aliás, a cena em que mergulha numa piscina só de calcinha tem ar de “instant classic”. Apesar do “fardo” da beleza, o longa consegue mostrar um lado seu pouco explorado, mais denso e sofrido do que veríamos numa novela. Antes da exibição, a atriz declarou que é seu primeiro passo rumo à atriz que sempre quis ser.

Após o filme, de vestido Valentino, sapatos Saint Laurent, e já com os 55 quilos de costume, ela conversou com o R7.

O que quis dizer com “primeiro passo rumo à atriz que quero ser”?

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Que quero fazer trabalhos que se pareçam menos uns com os outros, ser menos acomodada.

Não é ser muito dura com você mesma dizer que é uma atriz acomodada?

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O que quero dizer é que agora estou conseguindo deixar minha carreira mais autoral. Fazer personagens que realmente queria e não apenas por precisar aceitar. Se pudesse escolher desde o início, teria feito mais cinemas e emendado menos novelas.

Você assina também como coprodutora. Em que partes do filme tem seu dedo?

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Em “Bruna Surfistinha”, apesar de não assinar, descobrimos depois de pronto que eu tinha coproduzido também, de tanto que me envolvi. No “Boa Sorte”, acompanhei todo o processo de finalização, ajudei a decidir sobre a trilha, o trailer, a arte, fotografia, figurino... Normalmente, o ator tem que chegar, ensaiar, rodas suas cenas e ir embora sem encher o saco da produção. Como sou uma atriz que enche o saco, quis entrar na produção para pelo menos ter um álibi. Para mim, produzir é uma necessidade que sinto de me meter onde não sou chamada.

Tem vontade de dirigir algum filme?

Ai, acho que não. É uma responsabilidade muito grande. Meu sonho é viver vidas e olhar o mundo com olhos diferentes dos meus. Uma hora a Judite já era tão minha que eu queria definir a roupa dela, como era o quarto. Isso já é de um valor enorme para o ator.

Emagrecer tanto não deixou você doente?

Só quando acabou a dieta e era hora de voltar à realidade: depois de semanas comendo muito pouco, em geral coisas sem gosto como berinjela sem sal e tofu, desobedeci ordens médicas e fui comer feijoada. Tive intoxicação com tudo que comia. Mas durante a perda de peso tive acompanhamento do infectologista David Uip, atual secretário de saúde do estado de São Paulo. Percebi que me sentia muito melhor com a alimentação regrada, mas que a vida é muito curta e meu fim seria muito triste se estivesse há um ano sem brigadeiro. A Judite me fez pensar muito no que faria se fosse morrer daqui a uma semana.

E o que você faria se fosse morrer daqui a uma semana?

Coisas muito pessoais. Não gostaria de dividir.

O que você descobriu sobre a aids ao fazer esse papel?

Números assustadores. Os índices de contaminação no nosso país aumentaram 11%, enquanto caíram na maior parte do mundo. A taxa de mortalidade subiu 7%. A aids amedrontou uma geração inteira, que por isso se protegeu, mas tem gente que não viveu essa fase. Conheceu apenas a fase em que os remédios ajudam a manter o vírus sob controle. Não à toa, um terço dos contaminados tem entre 15 e 24 anos. Esse assunto precisava voltar a ser abordado.

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