Entenda a demência que atinge Milton Nascimento e como ela difere de Alzheimer e Parkinson
Demência com corpos de Lewy é considerada a segunda forma mais comum de doença neurodegenerativa do mundo, segundo neurologista
Famosos e TV|Do R7

O cantor Milton Nascimento, 82 anos, foi diagnosticado com demência com corpos de Lewy. A informação veio a público nesta quinta-feira (2) por meio de uma publicação de Augusto Nascimento, filho do artista, nas redes sociais, acompanhada de um pedido de respeito e compreensão.
Essa é considerada a segunda doença neurodegenerativa mais comum do mundo, atrás apenas do Alzheimer, segundo Jesus Ventura, neurologista formado pelo Hospital das Clínicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Em entrevista ao Jornal da Record News, Ventura esclarece que a condição afeta principalmente a atenção, funções executivas dos pacientes e percepção espacial, diferentemente do Alzheimer, marcado pela perda de memória predominante.
“Geralmente o paciente apresenta uma alteração, sintoma de alucinação visual, que é uma alucinação visual complexa, em que o paciente começa a ver imagens bem formadas de pessoas, crianças, animais. Junto disso, o paciente também começa a ter alterações de sono, chamado de transtorno comportamental do sono REM e uma alteração motora, que é o parkinsonismo”, detalha.
O médico afirma que não há nenhum tratamento curativo capaz de reverter o quadro clínico. Existem apenas tratamentos sintomáticos que controlam os efeitos relacionados à doença. Além disso, ele explica que o paciente com demência de corpos de Lewy “abre o quadro com sintomas neuropsiquiátricos mais exuberantes”, o que tende a progredir mais rápido que no caso do Alzheimer.
Afetando geralmente indivíduos acima dos 75 anos sem distinção significativa entre gêneros, essa doença possui tanto fatores genéticos quanto ambientais envolvidos em sua origem.
“O que nós fazemos de prevenção e de orientação aos pacientes é estimulação de atividade física, uma boa noite de sono, boa reserva cognitiva, bom ciclo de convívio social e um bom controle de sintomas de humor, como ansiedade e depressão. Controlando esses vieses sociais e ambientais dá para tentar diminuir a chance do paciente desenvolver um quadro de demência”, completa o neurologista.
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