Conheça o vendedor gato de balas que faz sucesso nos semáforos de São Paulo

Sidney Souza já morou na rua e um de seus sonhos é cursar Administração de Empresas

Famosos e TV|Do R7

24/04/2017 - 12h40 (Atualizado em 19/04/2024 - 23h04)

É trabalhando num dos semáforos da Avenida Marquês de São Vicente, no bairro da Barra Funda, em São Paulo, que Sidney Pereira de Souza, 33 anos, tira seu ganha pão. Ele vende balas e bombons para motoristas que passam pelo local e chega a tirar cerca de R$ 1,5 mil por mês. A beleza do vendedor chama atenção. Tem pinta de modelo, se comunica bem, no entanto, passa por necessidade onde atualmente vive, na ocupação Prestes Maia, localizada na região da Luz, no centro da capital.

— Meu quarto dá uns 5 por 4 m. É tudo fechado de madeira. Nesse espaço vive eu, minha mulher, Cristiane, meus dois filhos, Matheus, de 12 anos, e João Arthur, de sete, e minhas duas gatas de estimação, a Maya e a Princesa. Nossa
ocupação tem uma liderança. Ela é organizada, tem
portaria, água, luz. Existe uma certa ordem que todos os demais moradores têm de respeitar, do contrário, você pode até ser expulso do prédio por má conduta

Sidney contou que trabalha como vendedor na rua há oito anos.

— Com balas não faz muito tempo. Mas já vendi água, fui camelô, vendi brincos, churrasquinho, tudo que uma pessoa possa imaginar. Até produtos eletrônicos e brinquedos da Pajé eu já vendi. Eu gosto de me comunicar. Trabalhar no semáforo também tem uma grande dificuldade,
porque muitos carros andam com os vidros fechados, então você não tem como
conversar com a pessoa

Por outro lado, Sidney conta que muitas pessoas o ajudam também.

— Tem gente que dá o dinheiro e nem quer levar a bala. Faz para ajudar
mesmo

Alto, magro, louro e com o cabelo da moda, Sidney garante que faz sucesso por onde passa.

— Os homens mexem mais comigo do que as mulheres. Já aconteceu de um cara querer me agarrar. Mulher mexe também. Um vez fui abordado por uma no semáforo. Eu estava todo sujo. Ela olhou para mim e disse que eu era um rapaz muito bonito. Depois ela passou de novo e deixou umas roupas para mim

Antes de se aventurar entre carros e motocicletas no trânsito de São Paulo, Sidney costuma dizer que "era do mundo".

— Cai nas drogas e na bebida durante boa parte da minha vida. Usei de tudo um pouco. Tive uma ótima educação dos meus pais adotivos, mas quando me afastei deles, aos 14 anos, fiquei mais exposto ao mundo e me perdi. Eu era sozinho, cheguei a morar na rua, embaixo de uma carroça, em abrigo de carroceiros. Minha vida já foi mais sofrida, mas graças a isso, hoje eu sei me virar de qualquer jeito. A Cristiane, minha atual companheira, é quem também me dá bastante força. Ela está sempre ao meu lado

Sem querer entrar em muitos detalhes, o vendedor gato de balas contou que foi no ano passado que conheceu seus pais biológicos e irmãos.

— A gente foi se reencontrar 21 anos depois. Conheci meus irmãos, meu pai, minha mãe, e agora já tenho contato com eles. Meus pais adotivos vivem em Montes Claros, Minas Gerais

Ao ser questionado se tinha algum sonho, Sidney parou, mas não demorou muito a responder.

— Meu sonho hoje é poder dar uma casa para a minha família e ter um trabalho digno, não que vender balas não seja. Mas algo que me desse mais segurança, um salário fixo, por exemplo

E acrescentou.

— Queria ter feito faculdade de Administração de Empresas, sou muito bom com contas e adora vendas

Mas enquanto o sonho do vendedor de balas não se realiza, Sidney não se queixa da vida, não. Pensa que ele é um cara triste?

— Às vezes a gente está em casa, sem nada e é feliz do mesmo jeito, a gente não reclama

Agradecimento: Alex Espíndola, maquiador da Record TV

É trabalhando num dos semáforos da Avenida Marquês de São Vicente, no bairro da Barra Funda, em São Paulo, que Sidney Pereira de Souza, 33 anos, tira seu ganha pão. Ele vende balas e bombons para motoristas que passam pelo local e chega a tirar cerca de R$ 1,5 mil por mês. A beleza do vendedor chama atenção. Tem pinta de modelo, se comunica bem, no entanto, passa por necessidade onde atualmente vive, na ocupação Prestes Maia, localizada na região da Luz, no centro da capital. — Meu quarto dá uns 5 por 4 m. É tudo fechado de madeira. Nesse espaço vive eu, minha mulher, Cristiane, meus dois filhos, Matheus, de 12 anos, e João Arthur, de sete, e minhas duas gatas de estimação, a Maya e a Princesa. Nossa ocupação tem uma liderança. Ela é organizada, tem portaria, água, luz. Existe uma certa ordem que todos os demais moradores têm de respeitar, do contrário, você pode até ser expulso do prédio por má conduta