Rafa do X-Tudo vira diretor de TV e ainda é reconhecido nas ruas
Aos 34 anos, ele relembra do sucesso do programa infantil e diz que foi uma das melhores fases da vida
Famosos e TV|Camila Juliotti, do R7

Quem era criança na década de 1990 certamente vai se lembrar do X-Tudo, programa infantil de sucesso da TV Cultura. Rafael Barioni, que na época usava o sobrenome Meira, era um dos integrantes da atração, que além de apresentar reportagens, comandava um quadro de culinária. Hoje, aos 34 anos, ele conta como tudo começou e diz que ainda é reconhecido na rua por conta do infantil.
Aos 9 anos, Rafael foi convidado para fazer um teste para o programa por uma produtora que assistiu à peça de Paulo Autran, O Céu Tem que Esperar, a qual ele protagonizou.
— Eu já estava feliz de fazer a peça, quando a produtora, que já estava com a ideia de fazer um programa de culinária apresentado por um menino, gostou de mim no espetáculo e me chamou pra fazer um piloto. Fiquei muito empolgado, naquela época a TV Cultura tinha vários programas legais, Rá-Tim-Bum, X-Tudo... Só de ir fazer o teste lá, já fiquei superfeliz. No fim, deu tudo certo, o programa vingou, fiquei cinco anos e meio lá, comecei a fazer outros quadros. Pra mim foi incrível, peguei a fase da infância, que tem toda a fantasia superquente na cabeça e estava no lugar mais legal que eu via na TV.
O carinho do público naquela época era grande e muito positivo para Rafael, que diz só ter boas recordações.
— Os programas da TV Cultura tinham uma simpatia, as pessoas gostavam... tive a sorte de estar num programa querido, que fazia bastante sucesso, tinha audiência. Eu era bem reconhecido nas ruas, tinha uma energia boa. Outro ponto bom é que naquela época, a TV Cultura estava com uma produção artística muito rica, com talentosos diretores e roteiristas e eles eram muito atenciosos com o trabalho, tinham respeito com o horário das crianças, com a mensagem que ia ser passada. Só tenho lembranças que me deixam feliz, foi uma das melhores fases da minha vida.

Não por acaso, ele conta que até hoje é reconhecido nas ruas por fãs do X-Tudo.
— Eu nunca falo [que era do programa], sou bastante tímido pra essas coisas, a não ser que o assunto tenha a ver. Ou, às vezes, alguém na roda acaba comentado: "Ele era do X-Tudo". E a pessoa diz: "Não acredito!". Meu público eram as pessoas da minha idade, geralmente elas reconhecem e lembram. Acho que minha cara não mudou muito [risos]. Engraçado porque as pessoas têm uma lembrança boa.
Fora da TV? Nem tanto!
Depois do infantil, Rafael apresentou o programa de esportes radicais Movix (2001) e fez parte do elenco da série Galera (2003), ainda na mesma emissora. Apesar do sucesso à frente das telinhas, ele decidiu seguir a profissão que já sonhava quando tinha apenas 7 anos.
— Além do trabalho na Mood Hunter (ele é sócio-diretor na agência que cria conteúdo digital), dirijo e crio realities shows. Dirigi o Corre e Costura com o Alexandre Herchcovitch no SBT e Fox Life; criei e dirigi o Missão AXN, no canal AXN, o Na Corrida (History Channel)... a minha ideia era sempre passar por trás das câmeras, quem sabe posso voltar a atuar em algum momento, mas meu projeto sempre foi virar diretor. Desde bem novo, em entrevistas minhas no jornal, eu já falava que queria fazer isso.
Uma curiosidade divertida para os fãs dos infantis dos anos 1990 é que Rafael trabalha com João Víctor D’alves, que participava do Rá-Tim-Bum no quadro Senta que Lá Vem História. Uma feliz coincidência para ele.

Amizade com colegas do X-Tudo
Da época do programa, Rafael ainda mantém contato com muitos produtores e diretores.
— Com algumas pessoas já até trabalhei junto em outros projetos. O Fernando Gomes, que manipulava o boneco X, é bem próximo, a gente sempre se fala.
Filho de peixe, peixe é?
Rafael é pai de menino de 2 anos. Por ter começado ainda criança nas telinhas, conta que sempre surge a comparação com o filho. E a pergunta que sempre lhe fazem é se ele colocaria o herdeiro na televisão.
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— Ele tem 2 anos e seria perfeito pra fazer publicidade [risos]. Ele é uma gracinha, superesperto. Mas a gente pensa, não por enquanto, só se surgir naturalmente. As coisas acontecem, comigo foi acontecendo. Às vezes, a pessoa tenta forçar a barra e pode gerar uma frustração na criança.
Ele explica que quando tinha a idade do filho foi inscrito por uma vizinha em um concurso para aparecer na propaganda de uma rede de supermercados.

— Minha mãe me levou um dia, de brincadeira. Muitas agências começaram a me chamar, comecei a fazer um monte de comercial. E, naquela época, a publicidade era boa, pagava muito bem, tinha um volume legal. Depois veio a peça do Paulo Autran, que qualquer filho, qualquer mãe aceitaria, é o maior ator de todos os tempos do País. Ficamos três anos em cartaz. Depois, trabalhar na TV cultura, que também era o auge. Foram ambientes saudáveis e muito ricos pro meu desenvolvimento, e de forma natural. Não foi a gente que bateu na porta da TV Cultura. Foi uma sucessão de acontecimentos que foram rolando de forma natural.