Taís Araújo fala sobre racismo para revista: "Ataques deixam feridas na sua alma"

Atriz estampa a capa da revista Quem dessa semana

22/11/2016 - 16h15 (Atualizado em 23/02/2024 - 16h37)

Taís Araújo falou sobre ataques racistas para a revista Quem dessa semana, da qual estampa a capa. A atriz, que está em cartaz com o marido, Lázaro Ramos, no espetáculo O Topo da Montanha, comentou que tenta tirar lições das adversidades da vida.

— Ataques deixam feridas na sua alma. O que aconteceu de ruim comigo ajudou a construir quem eu sou.

Segundo a atriz, é importante lutar contra preconceitos raciais e casos de violência doméstica, por exemplo, para melhorar a autoestima das pessoas.

— Tem gente que diz que falar de racismo é ‘mimimi’. Essa galera não sabe pelo que eu passo, não sabe o que meus filhos passam. Há quem diga para ‘deixar pra lá’. Deixar pra lá, não! Não dá para deixar pra lá o preconceito racial, não dá para deixar pra lá uma mulher que sofre violência doméstica, não dá para deixar para lá ataques contra a orientação sexual das pessoas. Respeito é a base. Aí, voltamos para a autoestima. A pessoa tem que ter autoestima e dizer: ‘Comigo não’.

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Casada com Lázaro há 12 anos, Taís é mãe de João Vicente, de 5 anos, e de Maria Antônia, de 1 ano e 10 meses.

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Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank são os mais novos famosos que acabam de entrar para uma infeliz estatística. Os atores foram alvo de ataques racistas contra a filha, Titi, que foi adotada por eles na África, alguns meses atrás. A menina foi atacada com mensagens preconceituosas no Instagram da mãe na terça-feira (8). Gagliasso, que no último domingo esteve no juri do quadro Dança dos Famosos do Faustão, comentou que denunciou o caso à polícia.

— Minha filha tem algo que esses caras não têm: amor. Em relação ao preconceito, a gente tem que ser intolerante. Eu fiz o que eu tinha que fazer. Agora cabe à polícia. Temos policiais bons e vão descobrir. Se combate o preconceito de duas maneiras: com o amor e a Justiça.

Veja outros artistas que já foram vítimas de ataques racistas

Normani Kordani
A integrante do Fifth Harmony recebeu uma enxurrada de comentários racistas no Twitter e resolveu sair da rede social por tempo indeterminado.

— Nunca proibi ninguém de dar sua opinião, mas ao longo da última semana e especificamente nas últimas 48h, fui alvo de racismo e bullying virtual com tuítes e imagens tão horríveis e racistas que não posso me sujeitar mais a tanto ódio. Não sou a primeira celebridade negra a lidar com isso e tenho certeza que não serei a última

Leslie Jones
Uma das protagonistas de As Caça-Fantasmas foi alvo de duros ataques racistas e machistas. Pessoas que não gostaram do filme atacaram a atriz, que também resolveu sair do Twitter.

— Deixo o Twitter com lágrimas e dor no coração. Tudo isso porque fiz um filme. Podem odiar o filme, mas a mer** que eu recebi hoje... Não é legal

Preta Gil
Mais uma vez, Preta Gil foi alvo de racismo nas redes sociais. A cantora, que já afirmou em entrevistas ter sofrido muito preconceito por conta da cor de sua pele, recebeu mensagens racistas e denunciou os agressores numa delegacia.

— Ontem fui atacada com diversas mensagens de ódio em minha página no Facebook; uns atacaram minha cor, meu trabalho, meu corpo, outros tentando fazer piadas de péssimo gosto apenas para tentar me diminuir ou magoar. Eles assinaram todos os posts com uma hashtag, agiram em bando, são organizados e cruéis. Saibam que esse tipo de ataque só me fortalece, eu conheço o meu valor!!! (...) São covardes, são pessoas vis, não sei quem são

Em outra ocasião, Preta enfrentou uma polêmica durante entrevista ao programa CQC (Band). A cantora perguntou ao deputado Jair Bolsonaro se seu filho se apaixonasse por uma negra, o
que ele faria. A resposta do político gerou uma série de manifestos. “Não
vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco porque
os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como
lamentavelmente é o teu”. Indignada com
o que havia acabado de ouvir, Preta usou
o Twitter para desabafar.

— Advogado acionado, sou uma mulher negra, forte e
irei até o fim contra esse deputado, racista, homofóbico, nojento, conto com o
apoio de vocês

Adélia
A ex-BBB chegou a ser chamada de macaca, entre outras ofensas, nas redes sociais e não deixou os criminosos passarem impune. Adélia, que é advogada, levou os prints com os ataques e denunciou os agressores.

— Antes, eu apagava os comentários, tinha vergonha de expor esse conteúdo na internet, mas como mulher, advogada e negra, não posso me calar

Xênia Bispo

A dançarina do grupo Parangolé disse que sofreu preconceito em um hotel
em Minas Gerais. Segundo ela, a funcionária do local chamou o grupo de “pretinhos
desgraçados” e, depois, disse que o termo não era ofensivo

Ludmilla
A cantora recebeu mensagens preconceituosas nas redes sociais e mostrou indignação em sua conta do Instagram. Pouco tempo depois, ela compareceu à Cidade da Polícia Civil (CIDPOL), no Rio de Janeiro, para prestar queixa contra o agressor.

— Só quero a justiça, mais nada. Essa eu vou até o fim!

Cris Vianna foi mais uma vítima de racismo na última segunda-feira (30). Assim como Taís Araújo, a atriz recebeu diversos comentários cruéis em sua conta do Facebook. A atriz denunciou os agressores na DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática).

Um dos casos mais recentes de racismo contra celebridades aconteceu com Taís Araujo, quando internautas fizeram "piadas" de mau gosto com o cabelo da atriz. Indignada, Taís acionou a polícia e recebeu mensagens de apoio de milhares de fãs que ficaram irritados com os ataques racistas

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Não era a primeira vez que atriz foi vítima. Taís já relatou que sofreu preconceito durante a infância na escola por
ser negra. A revelação foi feita durante entrevista à jornalista Sandra
Annenberg, da Globo. A atriz contou que sempre foi a única
aluna negra da sala de aula, porém, encontrou apoio em outros dois colégios nos
quais estudou.

— Sofri preconceito a infância inteira. Mas estudei em dois
colégios que foram muito importantes para mim. Eles me colocavam para ser
representante de turma, me botavam para segurar a bandeira na hora cívica. De
alguma maneira, eles fizeram com que os outros alunos prestassem atenção em mim
e me admirassem de alguma forma. E acho que foi a única maneira de eu conseguir
sobreviver, porque o preconceito sempre é pesado. Chegava em casa e falava
'mãe, vamos para África'!

Kaik Pereira
O ator de 13 anos, que está em Escrava Mãe, também foi vítima de racismo nas redes sociais. Em um post compartilhado em seu Instagram, o menino foi insultado por um internauta por causa da sua cor

O R7 conversou com Fabiana Pereira, mãe de Kaik. Ela contou que a pessoa que escreveu a tal barbaridade já foi identificada e que vai a polícia abrir um boletim de ocorrência sobre o caso.

—Até agora eu estou horrorizada. Não posso deixar isso 'barato'. Como mãe, me sinto injustiçada

Tranquilo e menos indignado que a mãe, Kaik disse que, infelizmente, esse é um fato corriqueiro.

— Sei que é normal. Eu não ligo para essas coisas, não. Tem muita gente que tem preconceito. Já vivi outras situações parecidas, mas sei que é preciso acabar com esse negócio"

Glória Maria
O capítulo que envolve a jornalista foi provocado por uma imagem compartilhada pelo colunista Bruno Astuto em sua conta na rede social. Na imagem, Glória aparece entre celebridades como Mariana Ximenes, Tatá Werneck, entre tantas outras. “Cadê a Glória Maria?”, perguntou uma seguidora. Rápida, a jornalista respondeu: “Querida, eu também estou me procurando até agora na foto. É difícil mesmo encontrar uma neguinha no meio de tantas loiras lindas. Famosas. Celebridades. Pega uma lupa. Ilumina um pouquinho e quem sabe você consegue me ver???? Beijo."

Maria Júlia Coutinho
Após vivenciar o episódio de ter corrigido William Bonner durante apresentação do JN, Maria Júlia Coutinho virou alvo de racismo na internet. Alguns internautas escreveram comentários ofensivos na postagem com a foto da jornalista e várias pessoas saíram em defesa dela. No Twitter, ela respondeu um comentário agressivo de um internauta com o seguinte comentário. "Beijinho no ombro"

Gaby Amarantos

Foi em entrevista a uma revista feminina que
Gaby Amarantos revelou ter sido vítima de racismo aos quatro anos de idade. O
caso aconteceu quando sua mãe tentou matricular a cantora em uma escola de
balé.

— Quando
era garota queria fazer balé e tinha uma escola muito tradicional de balé. A
minha mãe foi até lá para tentar me inscrever e rolou uma parada meio de
racismo. Não pude participar. Fiquei meio frustrada com isso e triste porque
queria muito ser dançarina. (…) Não permitiram que eu me
matriculasse por ser negra

Lázaro Ramos

Em entrevista à Marília Gabriela, Lázaro Ramos disse ter sofrido bastante
com o preconceito antes de virar um ator famoso.

—Sofri diversas vezes. Algumas
delas de uma maneira mais explícita e outras de uma maneira que entendi depois.
Por exemplo, eu tive a minha primeira namorada aos 17 anos, eu sempre fui o
melhor amigo. Eu estudava em colégios particulares que tinham, em sua maioria,
pessoas brancas, e eu tinha muita dificuldade em me relacionar

Seu Jorge

O cantor
revelou ao jornal Extra que foi discriminado durante a temporada que passou na
Itália para filmar o longa A Vida Marinha com Steve Zissou.

— Não volto lá nunca mais. O
italiano é racista. Eles têm sérios resquícios da colonização que sofreram: não
aprenderam a lidar com outras etnias. Me maltrataram muito. Lá, percebi que,
por ser negro, não era brasileiro, era da África, da Somália. No Brasil, isso
também é forte ainda, viu?

Adriana Bombom e Dudu Nobre

A história de racismo do então casal aconteceu
dentro de um avião da American Airlines. Em entrevista ao jornal Extra, eles
contaram que foram ofendidos por dois comissários de bordo da companhia durante
a viagem. A confusão teria começado quando a dançarina teve dificuldades para
abrir a porta do banheiro. O cantor se defendeu.

— Chamaram a Adriana
de babaca, filha da p*#$*, entre outros xingamentos. Fui defendê-la e o cara se
armou para me bater e me chamou de "macaco". Imagine se eu ia
agredi-lo e perder a razão? Decidi ir para a delegacia

Thalma de Freitas
Thalma de
Freitas também foi vítima de preconceito. Segundo a atriz, ela e uma amiga
loira foram paradas pela polícia ao sair da casa do namorado no Rio de Janeiro, e somente ela foi conduzida à
delegacia para dar esclarecimentos. Thalma ainda disse que processaria os
policiais envolvidos por abuso de poder

Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank são os mais novos famosos que acabam de entrar para uma infeliz estatística. Os atores foram alvo de ataques racistas contra a filha, Titi, que foi adotada por eles na África, alguns meses atrás. A menina foi atacada com mensagens preconceituosas no Instagram da mãe na terça-feira (8). Gagliasso, que no último domingo esteve no juri do quadro Dança dos Famosos do Faustão, comentou que denunciou o caso à polícia. — Minha filha tem algo que esses caras não têm: amor. Em relação ao preconceito, a gente tem que ser intolerante. Eu fiz o que eu tinha que fazer. Agora cabe à polícia. Temos policiais bons e vão descobrir. Se combate o preconceito de duas maneiras: com o amor e a Justiça. Veja outros artistas que já foram vítimas de ataques racistas