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Festival 'NaLata' reúne 15 artistas urbanos em murais de São Paulo

Pretendendo ser o maior evento do continente, o 'NaLata Festival Internacional de Arte Urbana' exibe uma verdadeira galeria de arte a céu aberto

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NaLata Festival exibe 15 artistas na pintura de murais
NaLata Festival exibe 15 artistas na pintura de murais NaLata Festival exibe 15 artistas na pintura de murais

Quem passar pela região do Largo da Batata nos próximos dias, semanas e meses vai poder usufruir de uma nova galeria de arte a céu aberto: o NaLata Festival Internacional de Arte Urbana reuniu 15 artistas na pintura de murais em nove prédios e dutos de metrô na área, em obras que chamam atenção por preencher o espaço urbano não só com arte, mas também com reflexões sobre a sociedade e sobre o momento fora do comum pelo qual ela atravessa.

A curadoria é do agente cultural Luan Cardoso, que convidou os artistas brasileiros Alex Senna, Enivo, Evol, Marcelo Eco, Mari Mats, Mateus Bailon, Pri Barbosa e Rafael Sliks, e as muralistas Gleo (Colômbia) e Paola Delfin (México). Também estão ali, por meio de um concurso para novos talentos, os artistas Selon, Thiago Nevs, Pixote Mushi, Fe Ikehara e Serifa.

São 3.689m² de arte, segundo a produção, e a ideia é que o evento entre no calendário cultural da cidade. Planejado para abril num formato diferente, com mais convidados internacionais, o NaLata também se adaptou às condições da pandemia, com uma reformulação para chegar ao resultado atual.

Para o curador, a resposta do público - e da cidade - foi especial. "Um momento muito forte foi quando percebemos motoboys passando pelos locais e buzinando, como sinal de apoio", conta Cardoso. No processo de reformulação, ele diz ter entendido com sua equipe que o melhor a fazer, no momento, seria colocar arte na vida das pessoas. "Pensamos que estamos todos em casa… mas não é assim, há muita gente na rua, trabalhando, vivendo pela pandemia. Houve um momento de pensar no coletivo."

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A curadoria envolveu algumas escolhas - uma delas, permanecer na região também pelos próximos anos. "Poucos projetos envolvem tanta responsabilidade quanto pintar um prédio inteiro numa cidade como São Paulo", afirma o curador. "Trata-se de um contato com o artista, porque afinal é uma pintura que será vista pela minha avó, pelo cara jovem, por quem é mais de direita e mais de esquerda. As pessoas moram ali, é uma diversidade, então, procuro mostrar a importância de o artista ponderar. Quando acontece esse embate, é lindo."

Para o artista Alex Senna, de 38 anos, a responsabilidade é, de fato, uma questão, mesmo com mais de 15 murais dessa envergadura espalhados pelo mundo. Ele pintou o mural na Rua Artur de Azevedo, 985, em um parceria com o poeta Marcelo Ariel, que fez o texto.

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As figuras, no traço típico do artista, retratam crianças tomando conta uma das outras. "A responsabilidade de pintar algo tão grande na cidade é enorme." Ele diz que, quando recebeu o convite, ficou em dúvida sobre o que poderia retratar. "Não ia sair de casa só para fazer uma coisa decorativa. Ao mesmo tempo, não queria fazer algo pesado, que deixasse a gente para baixo."

Para a artista visual Pri Barbosa, de 30 anos, esse foi o primeiro grande mural em um prédio. "Há muitos desafios: um deles é o medo de altura", ri. "Mas também questões muito técnicas, de proporções e volumes." Ela criou o mural Granada, na Rua dos Pinheiros, 1.474. "Escolhi fazer uma mulher que representasse diversas outras. É um corpo não padrão, baseado no meu próprio, e optei por pintar uma manifestante, que tem delicadeza também."

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O NaLata foi produzido pela agência InHaus e já programa sua próxima edição, em 2021.

Pinturas em São Paulo buscam face humana da cidade, diz Baixo Ribeiro

O ambiente urbano - e de concreto por toda parte - de São Paulo é suporte de trabalho para artistas há décadas. Um dos aspectos que diferencia a capital de outras metrópoles é o seu crescimento concentrado no tempo, e desajustado. "São Paulo é uma cidade de asfalto, muros e guaritas", explica o curador especializado em arte urbana, Baixo Ribeiro. "Se não fosse o grafite (e outras artes), os pedestres só veriam elementos visuais agressivos na paisagem da cidade, como grades, pontas de lança, concertinas e câmeras de vigilância. Talvez seja essa agressividade visual urbana que tenha inspirado nossos artistas a amaciar a paisagem, criar canais de diálogo com os passantes e tornar a cidade mais humana", opina. Ribeiro explica que a Lei Cidade Limpa, em vigor desde 2007, também abriu espaço para a criação. "A verdadeira identidade de São Paulo é a sua arte urbana."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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