Vacas que dirigem? Novo ‘Mario Kart’ custa caro, mas consegue inovar
Jogo com preço ‘salgado’ possui novidades forçadas que tiram o foco do principal, correr
Games|Leonardo Devienne*, do R7
RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Em uma tentativa de impulsionar as vendas de seu novo console híbrido, a Nintendo fez algo inédito, lançar o videogame com Mario Kart, sua série de maior sucesso.
Neste caso, a aposta é dupla, convencer os quase 70 milhões de usuários — segundo o site oficial — de Mario Kart 8 Deluxe que o novo jogo, intitulado Mario Kart World, é melhor e que vale a pena desembolsar cerca de R$ 500, preço sugerido, para comprar o Nintendo Switch 2.
O que tem de novo?
A novidade do World é o mundo aberto. Todas as pistas de corrida agora são interligadas por estradas. Não existe apenas um caminho conectando o ponto A ao B, cada local tem pelo menos mais de uma rota única. Os campeonatos mantêm a estrutura tradicional de quatro pistas, mas as três últimas só serão exploradas por uma volta, com as outras duas fazendo parte do trecho a ser percorrido.

Em menor escala temos mudanças mecânicas. Os carros agora não possuem mais asa-delta, e, sim, asas de avião que se retraem do veículo ao passar por uma rampa lançadora. Situação semelhante acontece na água, onde os carros apenas derrapam em sua superfície.
Até Mario Kart 8 era possível montar seu carro único, com chassi, pneus e asa-delta diferentes. Agora as opções de carro retornam aos padrões antigos, com os corredores tendo que escolher entre máquinas pré-fabricadas.
Nem todos os personagens voltam, com grande parte do novo elenco conhecidos de quem joga Mario, como Goomba, Pokey e até mesmo uma vaca. As corridas estão mais lotadas também, com 24 participantes, o dobro do anterior.

Neste novo jogo, é possível dirigir em cima de trilhos e corrimãos. Espalhados pelas pistas, eles permitem fazer truques e servem de trampolim para paredes ou lugares mais altos, o que expande maneiras de fazer caminhos mais curtos. Ainda que a antigravidade, umas das novidades do antecessor, tenha sido majoritariamente descartada, ainda podemos subir rampas íngremes ou colar em paredes sem cair no chão.

Primeiras impressões
A primeira reação ao ver o novo mundo aberto de Mario Kart foi ‘legal, mas alguém realmente queria isso?’. A série nunca foi conhecida por sua inovação, com leves incrementos a cada lançamento. O mundo livre funciona somente no novo modo de Eliminatória, onde 24 jogadores competem em seis rotas sem parar, passando por trechos de pistas e as estradas que se conectam.

Este novo modo realmente força a chegar em primeiro. Além da adrenalina de não ser uma partida interrompida por telas de carregamento, existem barreiras que impedem os piores competidores de continuarem na corrida, deixando a disputa mais acirrada do que em uma partida comum.
Sobre o modo de Campeonato, a adição do mundo aberto não é tão bem-vinda. É possível jogar nas pistas com três voltas em outros modos. Aqui, você começa uma copa dando três voltas na primeira pista, e depois passa a maior parte do tempo em uma linha quase reta para chegar ao local seguinte, onde poderá dar apenas um giro para ser forçado à estrada novamente.
Admirável mundo aberto
Ainda existe uma opção para navegar este novo terreno de maneira livre, o que acaba fazendo mais sentido. É uma experiência incomum explorar um mapa em um carro. Lugares altos precisam de itens específicos ou manobras delicadas, o que adiciona um nível de interesse nessa exploração.
Os visuais e o desempenho são fantásticos. Todo o poder de processamento do Switch 2 é usado para ter gráficos que chegam até 4k e mantém 60 quadros por segundo estáveis. A trilha sonora também é impecável, sendo uma coleção de arranjos ao vivo de músicas do universo Mario, que surgem em menus e transições de pista.

Conclusões
Em geral, é uma boa experiência, mas não o suficiente para comprar o jogo em seu preço cheio (o sugerido é de R$ 500). Entretanto, a Nintendo oferece o jogo pré-incluso com o novo console pela metade do preço, o que compensa no final.

*Sob supervisão de Thaís Sant’Anna