Se Mato Grosso do Sul tem fama de ser o celeiro do universo sertanejo — de lá vieram nomes como Luan Santana e Michel Teló —, a banda Atitude 67 está aí pra provar que as coisas mudaram. As músicas Cerveja de Garrafa e Saideira não só caíram no gosto do público como chamaram a atenção de ninguém menos do que Thiaguinho.
O cantor é um dos empresários da banda e, inclusive, gravou uma versão de um dos sucessos do Atitude 67, divindo os vocais com os músicos. Além disso, ele gravou, em seu CD mais recente, uma canção composta pelo grupo (Seu Tom).
Pedrinho, vocalista da banda, conta que Thiaguinho é como um "guru" dele e dos amigos, Rege, Eric, Leandro, GP e Karan.
— Ele é de Presidente Prudente, mas foi criado em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. Quando a gente se conheceu, já rolou uma empatia, de ser do mesmo estado, de ter os mesmos hábitos e a gente acabou virando amigo. Ele dá dicas de postura que a gente tem que ter no palco, fala coisas que são legais de fazer e que não são... ele é um artista que está há 15 anos fazendo sucesso, tem muita experiência e sabe o quanto somos inexperientes nesse aspecto. A cada conversa com ele a gente amadurece muito profissionalmente. Ele tomou muito carinho por nós, é nosso padrinho, algo que é muito comum no samba.
Tudo junto e misturado
Um dos grandes diferenciais do Atitude 67 é o som original que mistura um pouco de pagode com funk, reggae e até rap. Pedrinho explica que esse suingue é resultado das influências musicais dos seis integrantes.
— A gente começou quando era moleque, como uma banda de pagode, são seis cabeças muito diferentes com influências diferentes. Eu, por exemplo, sempre gostei muito de samba antigo e de rap. Os outros brothers são mais do reggae, mais soul. Como a gente escreve e faz os arranjos juntos, cada um acaba levando um pouco da sonoridade que acha mais legal.
Como referências na música, o cantor cita Chorão, do Charlie Brown Jr., Jorge Ben Jor, Zeca Pagodinho, Thiaguinho e Tim Maia.
Show em São Paulo
O Atitude 67 se apresenta neste sábado (24) em uma casa de shows na capital paulista. Os ingressos para a apresentação já estão esgotados e a expectativa da banda, segundo Pedrinho, é grande.
— A gente fez uma temporada em São Paulo com shows intimistas, pra pouca gente, a gente ficava próximo do público, já conhecia as pessoas que iam. ste é o primeiro show que não é só nosso e é pra um público grande, cerca de 4 mil pessoas. Estamos curiosos pra saber como vai ser.
Momento do samba
Com o sertanejo e o funk no auge atualmente, o vocalista avalia o cenário musical atual e afirma que existe espaço para todos os gêneros.
— A música é cíclica, não é a toa que tem momentos do sertanejo, do samba, do funk... isso é natural. O Molejo, por exemplo, fez sucesso há 20 anos e voltou agora, está fazendo vários shows e todo mundo pira. Acho que o sertanejo dominou durante muito tempo por competência da indústria, eles são muito bons, sabem fazer os shows. Mas acho que gente não pode ficar pensando se é o momento do pagode ou não. A gente não pode esperar a onda chegar pra surfar nela, a gente tem que levantar a onda, surfar, trabalhar e torcer pra que dê certo.
História da banda
Pedrinho, Rege, Eric, Leandro, GP e Karan são amigos de infância que tocavam na adolescência como hobby. A brincadeira virou coisa séria e eles já estão juntos há 15 anos. O reconhecimento do trabalho em todo país veio no final de 2016, depois que os músicos decidiram largar os respectivos empregos para investir 100% no universo do samba.
O nome Atitude 67 traz muitas referências da cidade natal da banda. Pedrinho explica como a ideia o nome do grupo.
— A gente era moleque e todo mundo tocava sertanejo, era a terra do sertanejo, e a gente foi pra um outro lado, só a gente tocava pagode, daí veio a atitude. Quando a gente decidiu mudar pra São Paulo [os seis moram juntos], falei que tinha que levar alguma coisa do nosso estado que tivesse nossa identidade. Aí venho o 67 que é o DDD.