Banda War lança single sobre solidão na hiperconectividade
“Ninguém Sabe Quem Somos a Sós” questiona as máscaras sociais
Música|Juca Guimarães, do R7

A banda WAR (We Are Revolution) acaba de lançar um lyric vídeo para a música inédita “Ninguém Sabe Quem Somos a Sós”. Produzida por Pedro Ramos, da banda Supercombo e Tópaz, a faixa introspectiva questiona quem somos intimamente, longe das máscaras e disfarces sociais.
A canção foi gravada em São Paulo, no Gritaria Mix & Master, "Ninguém Sabe Quem Somos a Sós" tem influências do indie rock atmosférico. A banda é de Farroupilha (RS) e, em outubro de 2014, lançou o primeiro EP, intitulado Catharsis. Confira a entrevista exclusiva com o guitarrista Mateus Kurmann, que ao lado dos amigos Gabriel Parisotto (voz e guitarra), Djova Ramos (baixo) e Evandro Valer (bateria) forma o quarteto gaúcho.
R7: Como surgiu a banda?
Mateus Kurmann: A banda surgiu em 2014, após um outro projeto musical que eu e Gabriel, tínhamos. No começo eram outros baixista e baterista, mas hoje somos: Gabriel Parisotto, eu, Giovani Ramos e Evandro Valer.
R7: Como vocês se conheceram?
Mateus Kurmann: Conheci o Gabriel em uma Noite. E perguntei “Tu faz um som né?” E desde lá (2010) somos amigos e conhecemos o resto da turma pela cena.
R7: Por que nome War? Qual é a revolução que vocês estão buscando?
Mateus Kurmann: War é a sigla pra We Are Revolution. Em um primeiro momento, as pessoas acham que é WAR de Guerra, aí a gente explica que é We Are Revolution. A Revolução que acreditamos é que. o poder da realização é sair da inércia de qualquer situação, e isso está muito em nós. Por isso Nós somos Revolução (e não A Revolução). Todos temos essa capacidade, estando ela ativa ou inerte.
R7: A música nova fala sobre a geração dos hiperconectados mas também fala sobre solidão. Qual a relação entre as duas coisas nessa canção?
Mateus Kurmann: A Geração de Hiperconectados (a nossa) acredita muito no que vê, na imagem, na informação que é consumida. O Critério para ser tomado como verdade essas informações é muito leviano. Entretenimento é confundido como “comportamento natural” quando, na verdade, ninguém sabe de fato como é o íntimo dessas pessoas, que vendem uma imagem na internet ou nos meios de comunicação. Isso se estende a todas as áreas! Uma vida maquiada: Amorosa, profissional, pessoal. Ninguém sabe quem somos a sós. É um sentimento de alerta e desconfiança para a aceitação muito fácil das coisas. É uma marca crescente da geração também por partes: por a prova, questionar, o que eu acho muito saudável.
Nós adoramos uma dualidade então, misturamos esse sentimento mais de caráter e psíquico do íntimo com o lado físico também. Que seja bom, ruim, falso ou verdadeiro, as pessoas não sabem também a relação entre 2 pessoas. E se for saudável a relação, ninguém tem nada que ver com a história das pessoas.
Então é um misto de conceitos, uns explícitos outros implícitos. Do modo mais simples de poder explicar é: Faça o que você quiser sem medo e sem causar mal as pessoas, não pense no lado negativo das coisas. Sempre vai ter alguém para azedar seus planos, essas pessoas ruins, no final, não importam e não serão nada alem de um peso.
R7: Por que vocês escolheram Ninguém sabe quem somos Nós para virar lyric vídeo?
Mateus Kurmann: Realizamos três lançamentos no primeiro semestre de 2017 dois configuram Lyric e um videoclipe. Não há motivo especial para esse ser Lyric. A gente teve a ideia e foi feito tudo aqui em casa, por nós mesmos.
R7: No site da banda tem um vídeo do Gabriel ensinando a tocar uma canção no violão. Como pintou a ideia do vídeo? Foi um pedido dos fãs?
Mateus Kurmann: A gente gosta muito de gerar conteúdo em cima dos lançamentos, e sim, o público pede para fazer cifra, aí a gente pensou em fazer esse tipo de vídeo que acaba sendo muito mais interativo e legal.
R7: O que mudou no som e nas influências da banda desde o disco de 2014, o Catharsis?
Mateus Kurmann: A ideia é nunca fazer coisas iguais. É como na vida, a gente vai mudando e amadurecendo. A gente fazia um rock meio rock de arena. A mensagem era muito mais voltada para a superação e gritada de forma ampla. Hoje nosso som está mais íntimo, despido de pretensão de mudar o mundo (se a gente fizer bem para uma pessoa que for, está ótimo) e buscamos sonoridades diferentes para deixar nossa marca por aí. Hoje muita gente usa o termo indie e menos Rockeirão.