Com ingressos esgotados, Pitty quebra jejum de shows no Rio e mostra suas Setevidas
Cantora apresentou novas canções e relembrou hits no Circo Voador
Música|PH Rosa, colaboração ao R7

Uma enorme fila se formou no largo da Lapa, centro do Rio, na noite de sexta-feira (15). Jovens de 20 e poucos anos aguardavam a volta de Pitty ao palco do Circo Voador, espaço onde ela mais se apresentou na cidade e onde gravou seu DVD em 2011. Mas, dessa vez, a apresentação tinha uma atmosfera diferente. Além dos ingressos esgotados, a cantora retornou de um hiato com a banda de rock lançando o disco Setevidas, considerado por muitos, o melhor registro de sua carreira.
Era quase meia-noite quando a imagem digitalizada da baiana apareceu no telão falando sobre a simbologia do número sete. Ao fim do texto, Pitty subiu ao palco com a faixa título do novo álbum, cujo refrão fácil foi cantado em uníssono pela plateia. Quando a música acabou ela provocou:
— Quantas vidas vocês têm ainda?
Os fãs responderam cantando as clássicas Anacrônico, Admirável Chip Novo e Semana Que Vem. Após pausa para cumprimentar o público, o show seguiu com a nova A Massa, que traz ecos de Queens of the Stone Age criados pelo timbre sujo do baixo de Guilherme Almeida, novo integrante da banda. Sucessos como Me Adora, Pulsos e Teto de Vidro foram executados com arranjos diferentes e intercalados com as faixas do novo trabalho.
O clima levemente psicodélico e arrastado de Olho Calmo dispersou a atenção de parte do público. Isso ocorreu diversas vezes durante músicas novas, menos conhecidas. Os destaques ficaram para Um Leão, que teve um solo de percussão, e Pequena Morte, que ganhou projeções tão sensuais quanto o arranjo também conduzido pelo baixo.
Equalize, mega hit do primeiro disco de Pitty, ganhou uma levada reggae no último refrão, enquanto a parte em inglês de Máscara foi tocada como um trip hop viajante antes do final punk rock, que fez uma grande roda se abrir na arena do Circo. O que atrapalhou o show foram as microfonias e o som alto demais em algumas músicas.
A apresentação terminou com Serpente, faixa com perceptível influência africana que a banda diz ter usado na produção do novo disco a partir do trabalho do multi-instrumentista Paulo Kishimoto. O coro foi entoado pelo público mesmo depois que os músicos deixaram seus instrumentos e se despediram.
Neste sábado (16), a banda repete a dose no Circo, também com ingressos esgotados.