Elza Soares gravou DVD dias antes de morrer e preparava novo álbum
Artista de 91 anos, que morreu na tarde de quinta-feira (20), em casa, no Rio de Janeiro, queria cantar até o fim da vida
Música|Ricardo Pedro Cruz, do R7
Elza Soares estava com shows programados até o dia 27 de agosto de 2022. A cantora, de 91 anos, que morreu na tarde de quinta-feira (20), em casa, no Rio de Janeiro, não pensava em aposentadoria tão cedo.
A artista, que se apresentaria por várias capitais brasileiras ao longo dos próximos meses, chegou a gravar um DVD inédito, no Teatro Municipal de São Paulo, dois dias antes de morrer. O registro foi feito sem a presença de público por conta da pandemia de Covid-19.
Mesmo com a crise sanitária, a cantora não deixou de fazer música. Ao longo dos últimos anos ela realizou uma série de lives e, aos poucos, estava retomando a agenda de shows. Além disso, Elza também estava trabalhando em um novo disco após o sucesso de A Mulher do Fim do Mundo (2015), Deus é Mulher (2018) e Planeta Fome (2019).
A artista estava longe de sentir o peso dos 91 anos. Em mais de 60 anos de carreira na música, Elza acumulou 85 títulos em sua discografia, 17 pinos na coluna e uma coletânea de dores e alegrias da mulher preta, filha de uma lavadeira com um operário, criada na favela de Água Santa, no subúrbio do Rio de Janeiro.
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Em entrevista ao R7, em outubro de 2019, ela foi direta ao rejeitar qualquer questionamento que a colocasse na posição de vítima da própria história (e idade), e categórica ao afirmar: "Eu não envelheci ainda. O dia que envelhecer, eu falo. Continuo a mesma. A Elza viva. Com os mesmos sentidos e desejos. Seguindo a vida. A que você conheceu de salto 15 dançando e cantando no palco.”