Exclusivo: assista “As Galeras”, curta-metragem sobre a cultura do baile funk dos anos 1990
Veja em primeira mão no R7
Música|Peu Araújo, do R7

Quando o DJ disparava “deixa os garotos brincar, deixa os garotos brincar” nos alto-falantes os seguranças saíam do meio do salão e as galeras, divididas em Lado A e Lado B na pista, se enfrentavam com socos e pontapés. Assim que a música acabava, as brigas também cessavam. Essa era a rotina dos bailes funks nos morros cariocas na década de 90. Os bondes saíam da maioria das comunidades para curtir os funks imortalizados por DJs como Marlboro e equipes como a Furacão 2000.
O filme, dirigido por Juliana Portella, aborda a efervescência dos bailes, especificamente os de galera, sua energia e a repressão ao entretenimento nas comunidades.
O baile de galera, porém, era bem mais do que porrada e confusão. “Dentro do festival de galera você tinha o concurso de garota do baile, o concurso de melhor rap, melhor MC. Tinha o concurso para saber qual galera fazia a melhor festa. Tinha também concurso da melhor travesti. No final de tudo tinham os “cinco minutinhos de alegria”, que era quando as galeras se enfrentavam. Os bailes começaram a ser demonizados por causa desse final”, explica Gabriel Imperiano, roteirista do curta-metragem “As Galeras”.
Entre os entrevistados, está Robson de Paula, um dos mais representativos participantes dos bailes de corredor. Conhecido como Vampiro, ele se tornou um dos ícones desta representação cultural. Em um trecho do documentário ele comenta da expectativa. “A gente contava as horas, os minutos pra aquele portão abrir. Ficava todo mundo preparado ali já esperando”. Vampiro fala ainda da organização dos bailes. “Tinha que ter grito, desempenho era um festival que parecia organizado. Era uma coisa ensaiada.”
Tem também dupla de MCs Júnior e Léo, responsáveis pelo clássico "Endereço dos Bailes" e dois dos grandes defensores dos direitos e reconhecimento do funk carioca. "O funk é democrático. O funk não pede que eu tenha todos os dentes na boca. O funk não pede que eu saiba falar todos os 'erres' e todos os 'esses', afirma Leo.
Presente na programação do Canal Brasil, o documentário chega à internet em primeira mão aqui no R7. Veja:
