Fãs do boy band K-Pop coreano BTS anunciaram, nos Estados Unidos, a arrecadação, entre eles, de US$ 1,3 milhão (R$ 6,27 milhões ao câmbio da segunda-feira 8), por meio da internet, e a doação da quantia para o Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), Movement For Black Lives (Movimento por Vidas Negras) e outros grupos antirracismo.
“Não paramos. Estamos caminhando para US$ 2 milhões (R$ 9,64 milhões)”, declara Erika Overton, porta-voz do grupo de fãs do BTS One in a Army. Os admiradores foram mobilizados pelo Twitter com a hashtag #MatchAMillion (atingir um milhão). O dinheiro é repartido igualmente entre as organizações de combate ao racismo listadas no site dos fãs.
A mobilização teve início no último dia 1º de junho, quando começaram a crescer nos Estados Unidos os protestos pela morte de George Floyd. Homem negro de 46 anos, Floyd morreu sufocado depois de um policial branco pressionar o pescoço dele, com o joelho, por quase nove minutos, contra o asfalto de uma rua da cidade americana de Minneapolis. As manifestações tomaram o mundo, chegaram ao Brasil e, neste final de semana, atingiram Itália, França, Inglaterra e outros países da Europa.
As doações dos fãs do BTS atingiram US$ 1 milhão (R$ 4,82 milhões) no sábado (6) e chegaram a US$ 1,3 milhão nesta segunda-feira (8). Informações ainda não confirmadas dão conta de que a banda teria doado outros US$ 1 milhão ao Black Lives Matter.
O One in a Army incentivou os fãs a exigir ações antirracistas dos políticos em que votam. A diretora-administrativa do Black Lives Matter, Kailee Scales, declarou, em comunicado à revista americana de entretenimento Variety, que todos na organização “ficaram emocionados e muito gratos com a generosidade do BTS e de seus fãs em todo mundo pela solidariedade na luta pelas vidas negras”.
O BTS é uma das bandas pop mais populares do mundo. Em 2019, o videoclipe da música Boy With Luv gerou o recorde de 74,6 milhões de visualizações no YouTube em um único dia. Em 4 de junho último, seus integrantes declararam no Twitter estarem “em combate à discriminação racial”. “Você, eu e todos temos o direito de sermos respeitados", acrescentaram. “Vamos ficar juntos”.
Os movimentos antirracistas receberam apoio de outras estrelas após o episódio de 25 de maio em Minneapolis. Uma delas, o rapper Kanye West, doou US$ 2 milhões às famílias de Floyd, de Ahmaud Arbery, homem negro de 25 anos perseguido e morto por moradores brancos em fevereiro, perto de Brunswick, na Geórgia do Sul, e de Breonna Taylor, médica negra morta pela polícia em março, em Louisville, no Kentucky.