Garotas criam balada feminista para curtir dancehall e empoderar as mulheres
Festa acontece uma fez por mês e foi criada por três amigas para combater o machismo
Música|Juca Guimarães, do R7

São Paulo é a cidade mais dançante do país com uma dinâmica e variada opções de estilos e ritmos. Na selva de baladas, uma delas se destaca pela proposta inovadora de apoiar a luta das mulheres por mais espaço na sociedade.
Uma vez por mês, o clube Executivo, na rua 7 de abril, na região central da capital, próximo a estação República do metrô, recebe a balada Wine, com o melhor da dancehall, ritmo jamaicano sacolejante, além de seletas coleções de clássicos do pop e do rap, comandadas por DJs convidados. A próxima edição é neste sábado, dia 14.
As amigas Kamilah Pimentel, Thaís Kossity e Cristina Fernandes decidiram criar uma balada para celebrar o feminismo e o empoderamento das mulheres, sem, é claro, virar um clube da "Luluzinha". Garotos são bem-vindos, mas a festa é mesmo das mulheres. "Nossa festa é toda empoderada para as mulheres, chamamos os DJs que não tem atitudes machistas e que selecionam músicas que não tenham o teor machista", disse Kamilah.
A escolha da dancehall, como ritmo majoritário da festa, tem relação com a identifcação entre a ideologia das garotas e as letras das músicas. "Boa parte do nosso repertório musical é também composto de músicas feitas por mulheres. No dancehall a tematica das musicas cantadas por mulheres é o empoderamento da mulher, liberdade do corpo tendo a dança como maior forma de expressão", explicou Thaís Kossity.
Colocar em prática o projeto da festa não foi uma tarefa fácil. As meninas tiveram que superar a desconfiança de empresários, fornecedores e donos de casas noturnas, mas valeu a pena, porque após romper a barreira do preconceito elas abriram um precendente inovador para as festas de black music.
"Unindo uma discotecagem em vinil que é tradicional da cultura jamaicana e o som digital que trás uma cara mais atual, sempre enaltecendo e propagando a dança, ora com as batidas pesadas e fortes do rap, ora com a sensualidade e leveza do dancehall. A nossa base tem características feministas, buscado sempre elevar a mulher e não propagar músicas que diminuam ou desvalorizem a imagem da dela", comentou Cristina Fernandes.
A Wine começa às 22h e vai até as 5h. A entrada custa R$ 10, para homens e mulheres. O DJ Alleh Mozzyiah vai tocar dancehall e o DJ Orelha Penharol leva para os toca-discos a seleção de raps. Também está prevista a apresentação da crew Dancehall do Morro. O endereço é rua 7 de abril, 456.
Confira o vídeo da festa