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Herbert Richers Jr. lança projeto com versões brasileiras de jazz

Filho do fundador da empresa de dublagem mais popular do País conta como migrou da área de produção para atuação e música

Música|Helder Maldonado, do R7

Jr lança projeto musical com releituras de jazz
Jr lança projeto musical com releituras de jazz

Herbert Richers Jr. carrega um nome facilmente reconhecível. Afinal, quem consome TV brasileira já deve ter se deparado com um dos dos 4 mil títulos dublados pela empresa fundada pelo pai dele e ouvido a clássica frase "Versão brasileira, Herbert Richers".

A empresa foi um verdadeiro fenômeno na área de mídia nacional, chegando a dominar 80% do mercado. Mas com as mudanças na área e morte do fundador, em 2009, fechou as portas e encerrou um capítulo da TV nacional, já que além das dublagens foi responsável por produzir e lançar filmes na época da chanchada.

Após a morte do pai, o negócio não foi tocado pelos herdeiros por escolha própria e uma falta de intimidade com os negócios. Apesar de já ter atuado como produtor e até diretor de conteúdo da Globo, Hebert garante que prefere a área artística e não administrativa.

Preocupado com o futuro dos negócios da família, o pai passou a vida tentando destituí-lo dessa ideia. Mas crescer rodeado dos principais nomes da TV brasileira, pesou na hora de escolher os rumos profissionais que Jr. tomou dos anos 90 pra cá.


— Eu já fui de tudo um pouco. Mas posso dizer que como artista eu sou uma pessoa que se sente realizado e ainda se diverte. Como produtor e diretor, não dá para se divertir.

Ator de teatro e TV, ele agora deu um passo adiante e se envolveu com música. A ideia dele foi inspirada em tudo que cerca a família. E assim, criou um repertório cheio de versões brasileiras de estandartes do jazz norte-americano de autoria de nomes como Ira Gershwin e Cole Porter.


O projeto foi um desafio, já que ele precisou não só traduzir as letras, como transformar as músicas em algo sonoramente mais nacional. O resultado é o show Versão Musical Brasileira, feito ao lado de Fábio Cintra (violão e direção musical), Miguel Antar (contrabaixo), Amanda Ferraresi (violoncelo), Gérson Silva Jr. (saxofone) Ricardo Venturin (acordeão) e Rommel Monteiro (Percussão).

R7 — Como foi pensar em um projeto que une todas as suas paixões?


Hebert Richers Jr — Aconteceu por acaso, enquanto fazia a peça O Quarto Estado da Água. Aproveitei os músicos que me acompanhavam ali e chamei mais alguns. Sempre tive essa vontade de testar como esses estandartes do jazz soam em português e com arranjos brasileiros. É um grande desafio e existem vários riscos. É como a dublagem, porém a música te dá mais liberdade.

Banda do projeto Versão Musical Brasileira
Banda do projeto Versão Musical Brasileira

R7 — Não ficou com medo de ser acusado de apropriação cultural de clássicos?

Jr — Apropriação cultural formou a nossa civilização. Hoje, a música sertaneja de todos os países da América é parecida. Então, isso, pra mim não faz sentido.

R7 — Você foi, por muito tempo, um produtor e diretor de TV bem-sucedido. Por que mudou de área?

Jr — Eu nasci dentro do show business, né? Trabalhei como tudo. Fui eletricista, iluminador, tudo. Com 14 anos já ajudava meu pai meio período. Mas posso dizer que como artista eu sou uma pessoa que se sente realizado e ainda se diverte. Como produtor e diretor, não dá para se divertir tanto.

R7 — Como ator, você tem feito bastante TV. Como enxerga o momento da produção nacional?

Jr — Recentemente, participei da série Ilha de Ferro, da Globo, e fiquei impressionado com o resultado do pequeno trecho já feito. O Brasil vive um momento criativo muito bom. Nosso nível está semelhante ao do exterior. Acredito que o streaming vai forçar as emissoras a aumentar o nível nas produções. O produto brasileiro tem tudo para conquistar o mercado internacional. O jogo mudou para melhor. Mas ainda somos dependentes de leis de fomentos e não dá para visualizar como isso será nos próximos anos e com as mudanças de governo.

R7 — A Hebert Richers fechou em 2009, foi vendida e o casarão pegou fogo. Como está preservada a memória da empresa?

Jr — O nosso acervo foi doado para a Cinemateca. O imóvel, comprado por uma igreja japonesa. Mas mesmo assim, o casarão no bairro carioca da Usina pegou fogo, o que é uma tristeza. Era para ter sido tombado há muito tempo para preservação. Mas é difícil pensar em algo para celebrar a história. Porque a Cinemateca não tem verba para restaurar filmes e isso complica o processo.

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